Brasil leva experiência de Brumadinho para auxiliar no pós-terremoto na Turquia

Força brasileira que atuará em Kahramanmaras carrega quase dez toneladas de equipamento

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Gaziantepe (Turquia)

Com experiência acumulada em Brumadinho e em deslizamentos de terra ocorridos no litoral paulista, no Rio de Janeiro e na Bahia, uma equipe de 34 bombeiros de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo deve chegar na noite desta sexta (10) a Kahramanmaras, cidade com 670 mil habitantes na região do epicentro do terremoto que varreu partes da Turquia e da Síria na madrugada da última segunda (6).

A cidade turca é uma das mais afetadas pelo desastre, com 20 mil de seus 50 mil edifícios inabitáveis e cerca de 2.200 destruídos. Fica a 80 km de Gaziantepe, onde a Folha chegou na quarta-feira.

Socorristas e civis buscam sobreviventes sob escombros de prédios colapsados em Nurdagi, na Turquia
Socorristas e civis buscam sobreviventes sob escombros de prédios colapsados em Nurdagi, na Turquia - Zein Ai Rifai - 9.fev.23/AFP

"Trouxemos quase dez toneladas de equipamento", disse o coronel Carlos Alberto de Camargo Júnior, do Corpo de Bombeiros de São Paulo e comandante operacional da força de resgate. "São máquinas de romper concreto, perfuradoras de madeira, escoras metálicas, comida, água e medicamentos. Só não trouxemos o que não podia ser transportado no avião, que é o combustível para o maquinário."

A equipe conta ainda com dois médicos, dois representantes da Defesa Civil de São Paulo e dois da Defesa Civil Nacional, além de cinco cães de salvamento. O grupo viajou até a Turquia num avião da FAB (Força Aérea Brasileira) e, na tarde desta sexta, aguardava transporte da Força Aérea turca para Kahramanmaras. Inicialmente, o destino era a região de Adana, mas houve mudança no planejamento.

Três "kits calamidade", que contêm, cada um, 250 kg de medicamentos e itens emergenciais, foram doados pelo Ministério da Saúde. Eles têm capacidade para atender até 1.500 pessoas durante um mês.

Segundo Camargo, "90% ou mais dos bombeiros da equipe trabalharam em Brumadinho". "Todos os 22 que vêm de São Paulo estiverem lá. Alguns trabalharam em Moçambique e no Haiti. Mas essa é uma missão mais complexa, porque a língua é diferente e sabemos que poucos turcos falam inglês. Além disso, tem a questão do frio. As temperaturas estão abaixo de zero, o que é um agravante."

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