Ex-presidente dos EUA Jimmy Carter vai receber cuidados paliativos em casa

Democrata é o ex-líder americano vivo mais velho da história e foi internado diversas vezes nos últimos meses

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Após passar por uma série de internações hospitalares, o ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, 98, receberá cuidados paliativos em sua casa no estado da Georgia, anunciou sua fundação em uma breve nota divulgada na noite deste sábado (18).

"Ele tem todo o apoio da família e da equipe médica", diz o texto, que também pede privacidade e agradece à preocupação com o ex-líder americano.

O ex-presidente dos EUA Jimmy Carter durante evento em Jerusalém
O ex-presidente dos EUA Jimmy Carter durante evento em Jerusalém - Thomas Coex - 2.mar.15/AFP

Carter, um democrata que governou os EUA de 1977 a 1981, tornou-se o ex-presidente americano vivo mais velho da história após a morte de George Bush no final de 2018, aos 94 anos.

Nos últimos anos, o ex-líder teve diversos problemas de saúde, incluindo um melanoma que se espalhou para o fígado e o cérebro. Ele também manteve uma participação pública discreta, em especial devido à pandemia de Covid-19, mas seguiu dando declarações sobre temas caros para a sua trajetória, como a defesa da democracia.

Carter viu um câncer no cérebro regredir após tratamento em 2015, mas enfrentou uma série de problemas de saúde em 2019 e, como consequência, teve de passar por uma cirurgia para remover a pressão no cérebro. A situação o forçou a desistir de sua tradição de décadas de ensinar na escola dominical na Igreja Batista Maranatha, em sua cidade natal, Plains.

Carter cultivou amendoim e atuou como tenente da Marinha antes de entrar para a política. Ele teve dois mandatos como senador da Georgia e, em seguida, foi governador do estado, antes de lançar sua bem-sucedida campanha para a Casa Branca.

O ex-presidente é amplamente reverenciado por sua defesa dos direitos humanos. Sua intermediação dos Acordos de Camp David, dois tratados que levaram a um acordo de paz entre Egito e Israel em 1979, é fundamental para seu legado.

Nos anos pós-presidência, Carter fundou o Carter Center, junto com sua esposa, Rosalynn, na esperança de promover a paz e a saúde mundial. O centro tem trabalhado para defender a democracia monitorando eleições estrangeiras e atuando para reduzir doenças em países em desenvolvimento.

Em 2002, ele recebeu o prêmio Nobel da Paz por seus esforços para promover a paz em todo o mundo.

Cuidados paliativos, aos quais agora está sujeito, não significam uma morte iminente, muito menos que a equipe médica desistiu do paciente, como muitos ainda pensam. Trata-se de uma série medidas de conforto para a aliviar a dor, sem que o paciente seja submetido a terapias invasivas.

Há artigos científicos mostrando que, em certas condições, cuidados paliativos podem resultar em uma sobrevida ainda maior do que a observada em tratamentos quimioterápicos ou outras intervenções consideradas fúteis para pacientes incuráveis.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) preconiza que os cuidados paliativos envolvam equipes multidisciplinares (médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e terapeutas ocupacionais).

A proposta é que, juntos, promovam qualidade de vida, alívio de sintomas da doença e conforto psicológico e espiritual a pacientes com doenças crônicas graves e a seus familiares.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.