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Político é assassinado no Equador e vence eleição um dia depois

Omar Menéndez, 41, foi morto a tiros no sábado (4) em circunstâncias ainda não esclarecidas

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Quito | AFP

Um candidato assassinado na véspera da eleição foi o mais votado ao cargo de prefeito da cidade de Puerto López, no Equador. Omar Menéndez, morto a tiros no sábado (4), aos 41 anos, recebeu 6.630 votos, equivalente a 46,2% dos eleitores do município, segundo resultados divulgados nesta terça (7).

Menéndez era candidato pelo Revolução Cidadã, partido de esquerda criado pelo ex-presidente Rafael Correa. Líderes da sigla anunciaram que Verónica Lucas Marcillo assumirá a prefeitura em seu lugar.

O candidato Omar Menéndez, que foi assassinado na véspera de eleição no Equador
O candidato Omar Menéndez, que foi assassinado na véspera de eleição no Equador - Omar Menéndez no Facebook

"Esta vitória é em homenagem ao nosso companheiro Omar Menéndez. Um imenso abraço à sua família", escreveu Correa nas redes sociais, manifestando solidariedade ainda aos familiares de um adolescente de 16 anos que também foi morto no atentado contra o candidato.

Segundo a imprensa equatoriana, Menéndez, dono de uma empresa que presta serviços de internet, foi morto poucas horas antes da votação em uma área comercial de Puerto López, na província de Manabí, no sudoeste do país. As circunstâncias e as motivações do crime ainda não foram esclarecidas.

O caso ampliou a preocupação com a segurança de políticos no país. Duas semanas antes, Julio César Farachi, candidato à Prefeitura de Salinas, também foi morto a tiros, em contexto tampouco esclarecido.

Os equatorianos foram às urnas no domingo (5) para eleger quase 5.700 autoridades locais, incluindo vereadores, prefeitos e membros do Conselho de Participação Cidadã e Controle Social, que nomeia procuradores. Os eleitores ainda rejeitaram em referendo oito propostas de segurança pública feitas pelo presidente Guillermo Lasso, incluindo a extradição de envolvidos com o crime organizado transnacional.

Lasso reconheceu as derrotas e pediu um "debate amplo e sério, sem dogmas ou ideologias, sobre como enfrentar a ameaça que o narcotráfico e suas ligações com setores da política representam atualmente".

Os reveses sofridos pelo presidente deram força à oposição liderada por Correa, que mantém grande influência apesar de morar há seis anos na Bélgica, onde recebeu asilo, e de ter sido condenado em 2020 a oito anos de prisão, acusado de receber propinas para financiar campanhas eleitorais entre 2012 e 2016. Ele nega as acusações e acusa seus oponentes de perseguição política.

"As eleições demonstram uma rejeição dos eleitores ao governo de Lasso, que tem desaprovação de 80%", disse à agência de notícias AFP Sebastián Donoso, analista político da Universidade das Américas.

Até a noite desta terça, o Revolução Cidadã havia vencido sete das 23 prefeituras do país, entre as quais as três principais: Pichincha, Guayas e Azuay.

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