Terremoto na Turquia destrói parte de castelo de 2.200 anos

Patrimônio Mundial da Unesco ficou com muros destruídos e rachaduras após tremor nesta segunda (6)

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São Paulo

O terremoto de magnitude 7,8 que atingiu a Turquia e a Síria nesta segunda (6), noite de domingo no Brasil, danificou o castelo turco de Gaziantepe, um Patrimônio Mundial da Unesco (Organização da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura). Parte da construção, que tem 2.200 anos e fica no distrito de Sahinbey, a sudeste, desabou nas primeiras horas da madrugada, de acordo com a filial turca da CNN.

A agência estatal de notícias Anadolu informou que o terremoto derrubou as grades de ferro ao redor do castelo, que ficou com um muro destruído e grandes rachaduras.

Abaixo, danos no castelo de Gaziantep após terremoto que atingiu a Turquia; acima, a construção antes do sismo
Abaixo, danos no castelo de Gaziantep após terremoto que atingiu a Turquia; acima, a construção antes do sismo - Mazur Travel/Adobe Stock e @DaliaReports no Twitter

A construção está na colina Kudret, que tem cerca de 25 metros de altura. A obra é resultado de uma expansão, entre os anos 527 e 565, de uma torre de vigília feita nos séculos 2 e 3 d.C. Outra construção histórica, que ficava ao lado do castelo, foi danificada: a cúpula e um muro da mesquita Sirvani, construída no século 17, foram parcialmente destruídos.

Na Síria, construções da Cidade Antiga de Aleppo sofreram danos —o local também é considerado um Patrimônio Mundial pela Unesco. As ruínas de mesquitas e do palácio são um ponto turístico da região e uma prova do poder militar dos árabes entre os séculos 12 e 14.

"Partes do moinho otomano do interior da cidadela desmoronaram, e trechos dos muros de defesa a nordeste racharam e partiram", afirmou a direção-geral de antiguidades e museus do país. Grandes partes da cúpula da torre da mesquita aiúbida, império que ocupou a região, também desmoronaram.

A cidade é conhecida pelo local, uma joia arquitetônica da época medieval. Em 2018, após anos de guerra civil, virou um Patrimônio Mundial em perigo, segundo a Unesco.

Em Hama, no centro-oeste da Síria, equipes arqueológicas relataram danos no interior do antigo castelo Margat, na cidade de Baniás, além de quedas de fachadas históricas. Em Al Qadmus, um penhasco desmoronou perto do castelo da cidade, em Tartús. Também desabaram edifícios residenciais perto da construção.

Pelo menos 2.316 pessoas morreram na Turquia, de acordo com a agência de desastres turca, no pior evento do tipo no país desde 1939. Já na Síria, o regime de Bashar al-Assad somou 711 mortos até aqui. Há, ainda, 733 mortes relatadas pelos Capacetes Brancos em áreas controladas por rebeldes.

Antes e depois de castelo de Gaziantepe

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Construção foi danificada em terremoto de magnitude 7,8 - Wikimedia Commons e @DaliaReports no Twitter

O primeiro terremoto ocorreu às 4h17 (22h17 em Brasília), e imagens nas redes sociais logo mostraram os efeitos imediatos da tragédia, com o desabamento de construções. A transmissão da rede de TV estatal TRT exibiu moradores saindo às ruas sob neve para avaliar os estragos em alguns locais, assim como ocorreu em Damasco, onde relatos dão conta de desmoronamentos nas cidades de Aleppo e Hama.

Também houve sismos secundários, cerca de dez minutos depois do primeiro, de magnitudes que chegaram a 6,7, de acordo com a agência de notícias Associated Press. Segundo testemunhas relataram à agência de notícias Reuters, o tremor durou cerca de um minuto.

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