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Incêndio em dormitório estudantil deixa 19 mortos na Guiana

Incidente no país ao norte do Brasil matou crianças e deixou vítimas em estado grave

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Georgetown (Guiana) | AFP

Um incêndio no dormitório de uma escola na Guiana na noite deste domingo (21) matou 19 pessoas e feriu 21. O incidente ocorreu em uma residência estudantil em Mahdia, cidade no centro do pequeno país localizado ao norte do Brasil e entre a Venezuela e o Suriname.

Durante a manhã desta segunda (22), o governo reportou que 20 pessoas haviam morrido, número depois corrigido pelo corpo de bombeiros. Segundo a corporação, 14 pessoas morreram no local e cinco no hospital. Há ainda seis menores de idade em estado grave que foram transportados de avião para a capital Georgetown (a 200 km de Mahdia) e outras dez pessoas sob observação.

Investigadores e funcionários do governo da Guiana inspecionam dormitório escolar tomado pelas chamas em Mahdia
Investigadores e funcionários do governo da Guiana inspecionam dormitório escolar tomado pelas chamas em Mahdia - Keno George - 22.mai.23/AFP

No momento da tragédia, havia 63 estudantes no local —cerca de 20 deles foram salvos depois que os bombeiros perfuraram uma parede do prédio onde as janelas tinham grades de segurança. Eram crianças e adolescentes de 11 a 17 anos, segundo afirmou à agência AFP uma fonte que acompanhou os esforços de socorro.

O prédio foi consumido pelas chamas. O teto, que era feito de estanho, desabou. Apenas as paredes enegrecidas ficaram de pé.

"O presidente e outras autoridades apoiam os esforços desenvolvidos em Ogle [aeroporto da capital] para receber pacientes em estado grave e coordenar um plano de ação de emergência", disse o governo, que pediu às pessoas que continuem orando pelas crianças e suas famílias.

"É uma grande catástrofe. É terrível, doloroso", declarou o presidente Irfaan Ali no aeroporto. O político afirmou que foram iniciados serviços de resgate em larga escala "para que todas as crianças que precisem de ajuda recebam os melhores cuidados possíveis".

O episódio respingou na política da nação de língua inglesa que tem cerca de 800 mil habitantes. No fim da manhã desta segunda-feira, cerca de 50 pessoas protestaram em Chenapau, povoado perto de Mahdia, de onde eram algumas das vítimas.

"Precisamos de compensação para nossas perdas", dizia um cartaz.

"A dor, a agonia, o trauma", elencou Michael McGarrell, ativista da Amerindian People's Association. A ONG costuma entrar em choque com o governo pelos direitos sobre a terra, a extração de ouro e, mais recentemente, a venda de créditos de carbono à petroleira americana Hess —a ex-colônia holandesa e britânica possui as maiores reservas per capita de petróleo do mundo, com exploração ainda incipiente.

"Quem será responsável? O que vamos dizer aos pais?", perguntou. O incêndio matou duas de suas sobrinhas e deixou hospitalizados outros três familiares, disse McGarrell.

Natasha Singh-Lewis, deputada da oposição, pediu uma investigação sobre o que aconteceu. "Estamos de todo o coração com as famílias e parentes daqueles que foram afetados por esta tragédia", disse ela.

"Devemos entender como esse evento horrível ocorreu e tomar todas as medidas para evitar que tal tragédia aconteça novamente."

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