Líder de extrema direita é condenado a 18 anos de prisão nos EUA por ataque ao Capitólio

Stewart Rhodes recebeu maior punição até o momento em casos relacionados ao 6 de janeiro de 2021

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Washington | Reuters e AFP

A Justiça dos EUA condenou nesta quinta (25) Stewart Rhodes, líder do grupo de extrema direita Oath Keepers, a 18 anos de prisão. A sentença se deve a conspiração sediciosa e outros crimes ligados à invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, o maior ataque da história recente à democracia americana.

A pena de Rhodes representa a punição mais longa para qualquer uma das mais de mil pessoas acusadas de delitos ligados ao ataque ao Capitólio, a tentativa fracassada de apoiadores do então presidente Donald Trump de impedir o Congresso de certificar a vitória de Joe Biden nas eleições de 2020.

Stewart Rhodes, líder do Oath Keepers, aparece em telão durante comissão na Câmara dos EUA - Brendan Smialowski - 9.jun.22/AFP

Rhodes é considerado um dos mentores da invasão. Durante o processo, procuradores disseram que ele usou meios de comunicação privados criptografados no fim de dezembro de 2020 para organizar a ida à capital. Ele e outras pessoas planejaram levar armas para o local, para ajudar no apoio à operação.

"Rhodes liderou uma conspiração que usou força e violência para intimidar e coagir membros de nosso governo a interromper a transferência legal de poder depois de uma eleição presidencial", disse a promotora federal Kathryn Rakoczy. "Como o tribunal acabou de ver, isso é terrorismo."

Além de conspiração sediciosa, uma acusação criminal que envolve a tentativa de derrubar o governo com o uso da força, Rhodes foi condenado por obstrução da Justiça e adulteração de documentos.

Até agora, a sentença mais longa em casos que envolvem a ofensiva ao Congresso americano era de 14 anos de prisão, dada a um homem do estado da Pensilvânia que atacou a polícia durante o tumulto.

Antes de ouvir o anúncio da pena, Rhodes permaneceu com uma postura desafiadora diante do juiz federal Amit Mehta, vestido com o macacão laranja de presidiário, e insistiu na narrativa de que ele é um "prisioneiro político", tese que o magistrado rejeitou. "Você representa uma ameaça persistente e um perigo para o país", disse o juiz. "A conspiração sediciosa é um dos crimes mais graves que um americano pode cometer", completou Mehta.

Além de Rhodes, um ex-militar, o juiz também determinou 12 anos de prisão para Kelly Meggs, que coordenava o braço do Oath Keepers no estado da Flórida, também condenado por conspiração sediciosa, além de quatro outros crimes. Ele admitiu que nunca deveria ter invadido o Capitólio, mas negou que tenha premeditado o ato. "Peço desculpas por estar aqui", disse, chorando. "Isso não só destruiu minha vida, mas a vida de toda a minha família."

Rhodes, que usa um tapa-olho por ter atirado acidentalmente em seu próprio rosto, fundou o Oath Keepers em 2009. Os "guardiões do juramento" são uma milícia que acusa o governo de usurpar seus direitos e aposta no recrutamento de policiais e ex-agentes, trabalhadores de serviços de emergência e militares.

A invasão do Capitólio ocorreu pouco depois de um discurso no qual Trump repetiu acusações sem fundamento de que sua derrota para Biden foi fruto de uma fraude generalizada no sistema eleitoral. Ele então instou apoiadores a irem ao Capitólio "lutar como nunca" para impedir a certificação do resultado.

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