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05/06/2010 - 11h50

Navio irlandês Rachel Corrie chega ao porto de Ashdod, em Israel

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COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Após ter sido interceptado em águas internacionais, antes de cruzar a linha de bloqueio a Gaza, o navio irlandês Rachel Corrie foi escoltado pela Marinha de Israel e já chegou ao porto de Ashdod.

Os ativistas a bordo terão que passar pelas autoridades de imigração isralenses e a carga deve ser inspecionada. De acordo com o governo de Israel a ajuda humanitária poderá seguir por terra até a faixa de Gaza.

Cinco dias após o ataque de Israel à "Frota da Liberdade", que deixou nove mortos e dezenas de feridos, tropas israelenses abordaram o navio irlandês sem deixar feridos, diz uma porta-voz do Exército.

O barco foi abordado e houve total cooperação da tripulação e passageiros a bordo', disse uma porta-voz do Exército israelense.Ainda às 9h locais (3h de Brasília), o navio estava a 56 km da faixa de bloqueio, e seguiu rumo a Gaza apesar de avisos dados por Israel de que a entrada na zona de proibição de navegação não seria permitida.

Efe
Barcos da Marinha de Israel se aproximam do Rachel Corrie; ativistas tentavam furar bloqueio a Gaza
Barcos da Marinha de Israel se aproximam do Rachel Corrie; ativistas tentavam furar bloqueio a Gaza

As tropas interromperam a navegação e entraram no barco depois que a tripulação da embarcação irlandesa ignorasse quatro chamados do Exército israelense para que desviasse a rota para um porto de Israel ao invés de seguir para Gaza.

Segundo a porta-voz do Exército, o navio está sendo conduzido para o porto de Ashdod, ao norte da faixa palestina.

Israel tinha reiterado nos últimos dias que impediria com o uso força a chegada do cargueiro "Rachel Corrie" a Gaza em caso da embarcação não desistir da intenção de romper o bloqueio israelense e chegar à faixa palestina.

Apesar da pressão internacional, o premiê israelense Binyamin Netanyahu reafirmou após a operação que o país manterá o bloqueio à faixa de Gaza, mesmo após os Estados Unidos, principal aliado do Estado judeu no mundo, terem afirmado que a medida já é "insustentável".

Ainda na sexta-feira o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança americano, Mike Hammer, disse que "as condições atuais são insustentáveis e precisam ser alteradas".

Netanyahu defendeu o bloqueio dizendo que seu objetivo é impedir o acesso dos militantes do Hamas a armas, e que não vai permitir que o Irã, aliado do Hamas, estabeleça um "porto iraniano em Gaza".

Operação

De acordo com a porta-voz do Exército Avotal Leibovich a abordagem durou poucos minutos. O capitão da embarcação pediu a todos os passageiros que se juntassem numa área do navio, e os ativistas não ofereceram resistência às tropas, conforme tinham sinalizado anteriormente.

Imagens divulgadas pelas Forças de Defesa de Israel gravadas de uma aeronave que sobrevoava o Rachel Corrie no momento em que foi interceptado mostram os ativistas sentados no meio do convés superior do navio.

Baz Ratner/Reuters
Marinha de Israel em patrulha próximo ao porto de Ashdod, para onde segue agora o Rachel Corrie
Marinha de Israel em patrulha próximo ao porto de Ashdod, para onde segue agora o Rachel Corrie

A porta-voz acrescentou que as tropas entraram no navio a partir de embarcações da Marinha de Israel, e não desceram de helicópteros, como o que ocorreu na segunda-feira, quando Israel atacou a "Frota da Liberdade", deixando nove mortos e dezenas de feridos.

Greta Berlin, porta-voz da ONG "Free Gaza", uma das organizadoras da expedição, descreveu a abordagem como "outra afronta para acrescentar aos novo assassinados" e negou as afirmações de Israel de que as tropas não teriam encontrado resistência alguma dos ativistas durante a abordagem.

As tropas interromperam a navegação e entraram no barco depois que a tripulação da embarcação irlandesa ignorasse quatro chamados do Exército israelense para que desviasse a rota para um porto de Israel ao invés de seguir para Gaza.

Segundo a porta-voz do Exército, o navio está sendo conduzido para o porto de Ashdod, ao norte da faixa palestina.

Israel tinha reiterado nos últimos dias que impediria com o uso força a chegada do cargueiro "Rachel Corrie" a Gaza em caso da embarcação não desistir da intenção de romper o bloqueio israelense e chegar à faixa palestina.

Avisos

Ontem, a tripulação do navio já havia rejeitado a oferta feita por Israel através da Irlanda que atracasse em Ashdod e desembarcasse nesse porto israelense situado ao norte de Gaza a ajuda humanitária.

A proposta incluía ainda que representantes do navio acompanhassem depois a transferência da ajuda de Ashdod até Gaza.

Segundo a ONG "Free Gaza", um dos grupos que organiza a expedição, o "Rachel Corrie" transporta 1,2 mil toneladas de ajuda humanitária. Com 20 pessoas a bordo, entre os passageiros está a prêmio Nobel da Paz norte-irlandesa Mairead Maguire e um antigo subsecretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), o irlandês Denis Halliday. Há também a bordo um importante ativista político da Malásia, Matthias Chang Wen Chieh, ex-assessor do ex-primeiro-ministro da Malásia Mahatir Mohamed.

O Exército israelense atacou na segunda-feira outros seis navios do comboio de ajuda humanitária, da qual faz parte o navio irlandês. Na abordagem, o Exército israelense matou nove ativistas turcos -- um deles com dupla nacionalidade turco-americana -- que viajavam em uma das embarcações. No ataque, em águas internacionais, dezenas de ativistas ficaram feridos.

O "Rachel Corrie" ficou para trás do comboio devido a problemas técnicos. O nome do navio irlandês é simbólico. Rachel Corrie era uma ativista americana que em 2003 foi esmagada em Gaza por uma escavadeira militar israelense quando exercia papel de "escudo humano" impedindo a demolição de casas palestinas.

Casa Branca

Na sexta-feira, o governo dos Estados Unidos tinha se pronunciado sobre o assunto. "Estamos trabalhando de maneira urgente com Israel, a Autoridade Palestina e outros parceiros internacionais para desenvolver novos procedimentos de entrega de mais bens e assistência para Gaza", afirmou o porta-voz para o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Mike Hammer.

"Os sistemas atuais são insustentáveis e devem ser mudados. Por agora nós chamamos todas as partes para se juntar a nós na busca de decisões responsáveis para evitar quaisquer confrontações desnecessárias", disse Hammer em comunicado.

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

 

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