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16/07/2010 - 23h16

Onda de calor deixa Rússia em alerta e mata ao menos 230 pessoas

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DE SÃO PAULO

Termômetros marcaram temperaturas recordes na Rússia nesta sexta-feira, chegando a mais de 30º C em diversas regiões do país. A onda de calor pegou muitos russos e turistas de surpresa, e o tempo quente deve continuar por no mínimo duas semanas, apontam meteorologistas.

Veja galeria de fotos da onda de calor na Rússia

A situação foi descrita pelo vice-premiê russo Viktor Zubkov como "muito séria", após o governo ter declarado estado de Emergência em 18 Províncias. A onda de calor já causou a morte de ao menos 230 pessoas somente na Rússia, em grande parte devido ao hábito de beber vodka enquanto se refrescam em lagos, rios e mares, aumentando a probabilidade de casos de afogamento.

Denis Sinyakov /Reuters
Garotos russos se refrescam em fonte em Moscou, após país registrar temperaturas recordes de mais de 33ºC
Garotos russos se refrescam em fonte em Moscou, após país registrar temperaturas recordes de mais de 33ºC

As altas temperaturas atingem grande parte da Europa e até outros países do hemisfério norte, como EUA e Canadá, mas as imagens são mais surpreendentes na Rússia, país que o mundo está acostumado a associar com o frio.

Diversas fontes e parques de Moscou ficaram lotados de mulheres de biquínis e crianças se refrescando. Dos Montes Urais ao parque Kolomenskoie, na capital, os russos tiveram que encontrar maneiras de combater o calor.

O calor causou problemas para a agricultura. Um incêndio já consumiu mais de 26 mil hectares de floresta, no que já é considerada a pior seca da Rússia no último século.

Em outros países da Europa Oriental o número de mortes por afogamento aumentou desde que as temperaturas atingiram níveis recordes, já que muitas pessoas buscam refúgio lotando lagos, mares e rios.

ANO MAIS QUENTE DA HISTÓRIA

O mundo está vivendo o ano mais quente já registrado, o que provoca secas generalizadas, segundo meteorologistas dos EUA.

O primeiro semestre de 2010 superou o primeiro semestre de 1998, até então o recordista, em 0,03F (0,0167C), segundo Jay Lawrimore, chefe de análise climática do Centro Nacional de Dados Climáticos, uma instituição federal norte-americana.

"Tivemos um episódio do El Niño na primeira parte do ano, que já acabou, mas contribuiu com o aquecimento não só do Pacífico equatorial como também contribuiu com temperaturas globais anormalmente quentes", disse ele.

O calor foi anormal em grande parte do Canadá, da África, dos oceanos tropicais e do Oriente Médio.

O norte da Tailândia enfrenta sua pior seca em 20 anos, e Israel tem a maior estiagem desde a década de 1920. Na Grã-Bretanha, este é o ano mais seco desde 1929.

Em junho, o gelo do oceano Ártico chegou à sua menor espessura já registrada.

LA NIÑA

O segundo semestre deve sofrer a influência do fenômeno La Niña -- que, sendo o contrário do El Niño, causa o resfriamento das águas do Pacífico. Não se sabe, portanto, se 2010 vai superar 2005 como o ano mais quente.

Nos EUA, no entanto, a transição para o La Niña costuma deixar o clima mais seco e quente no cinturão agrícola do Meio-Oeste. O serviço de meteorologia agrícola Cropcast previu que nos próximos meses a temperatura pode passar dos 35C no leste de Nebraska, Iowa e oeste do Missouri. Antes que isso aconteça, porém, este junho foi apenas o oitavo mais quente já registrado no país.

O calor tem um efeito especialmente nocivo sobre a polinização, enquanto o clima seco afeta as lavouras de feijão, segundo os meteorologistas.

Lawrimore disse que alguns Estados da Costa Leste dos EUA também estão enfrentando seca, mas por enquanto o fenômeno é moderado e se concentra em 8 por cento do país. Nesta mesma época em anos anteriores, a seca afetava 15 por cento do país, e em 2007 chegou quase à metade.

COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

 

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