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Em suposta ação do tráfico, carro-bomba é detonado no México; não houve feridos
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DE SÃO PAULO
Um carro-bomba explodiu na noite de quinta-feira (5) num estacionamento de uma delegacia na capital do Estado de Tamaulipas, no norte do México, sem deixar mortos nem feridos, informaram autoridades locais.
Este foi o segundo carro-bomba que explodiu durante o governo do atual presidente Felipe Calderón, que lançou em 2006 ao assumir o cargo uma forte campanha militar contra os cartéis de droga.
Acredita-se que a explosão da noite de quinta-feira também tenha sido causada por narcotraficantes, em reação às políticas mais rígidas de Calderón.
A explosão aconteceu às 19h (horário de Brasília) no estacionamento próximo a um posto da polícia rural em Ciudad Victoria, disse Héctor Walle, porta-voz da Secretaria de Segurança Pública de Tamaulipas.
CARRO-BOMBA
Ainda na metade de julho o governo mexicano confirmou que pela primeira vez os narcotraficantes que atuam no país usaram um carro-bomba como instrumento de intimidação, matando quatro pessoas.
O ataque contra um comboio policial em Ciudad Juárez, próximo à fronteira com os EUA, foi realizado com um carro-bomba armado com 10 quilos de explosivo C4, ativado por telefone celular, informou o comandante da quinta zona militar, Eduardo Zarate.
Alejandro Bringas/Reuters | ||
Governo mexicano confirmou que traficantes usaram carro-bomba em confrontos pela primeira vez no país |
O oficial também informou que os mortos no ataque foram quatro: dois policiais, um membro da equipe de socorro e um médico. A ação deixou ainda 11 feridos, entre eles sete policiais e um operador de câmara de uma emissora local de televisão.
Este foi o primeiro ataque com carro-bomba nessa cidade vizinha da americana El Paso (Texas), considerada a mais violenta do México pelos crimes de uma disputa entre narcotraficantes dos cartéis de Juárez e de Sinaloa.
Zarate disse que um grupo de especialistas em explosivos do ministério da Defesa apoia as investigações, que são realizadas pela procuradoria.
No local do ataque, uma movimentada avenida desta cidade de 1,3 milhão de habitantes, morreram dois policiais e um membro da equipe de socorro. As três caminhonetes policiais que faziam parte do comboio incendiaram-se depois da primeira explosão, que jogou destroços nas edificações vizinhas.
Quando equipes de socorro e jornalistas chegaram ao local, ocorreu uma nova detonação, que provocou a morte de um médico.
Segundo a Secretaria de Segurança de Ciudad Juárez, o violento ataque ocorreu como reação "à captura de Jesús Armando Acosta, um importante chefe da quadrilha "La Línea"", considerada o braço armado do cartel de Juárez, que foi detido na manhã de quinta-feira.
RECORDE DE VIOLÊNCIA
No início desta semana o governo do México divulgou novos números, indicando que a violência bate novos recordes no país. Somente nos últimos 18 dias a nação registrou um total de 3.174 assassinatos relacionados ao narcotráfico --o equivalente a 176 por dia-- ou 13% a mais que a última contagem oficial, informaram ainda na terça-feira (3) fontes do governo.
Guillermo Valdés, diretor do Centro de Investigação e Segurança Nacional (Cisen), órgão de inteligência do México, admitiu perante o presidente, Felipe Calderón, que nas últimas semanas ocorreram diariamente confrontos armados entre narcotraficantes e tropas federais.
Segundo ele, cerca de 84 mil armas foram confiscadas no período, além de US$ 411 milhões [cerca de R$ 722 milhões] e 26 milhões de pesos [R$ 3,6 milhões] em espécie.
Os números foram divulgados durante encontro entre Calderón e representantes de grupos civis e empresariais. Os participantes discutiam maneiras de melhorar a estratégia anti-drogas do México.
"A violência ligada às drogas continua a crescer no México", disse Valdés.
VINTE E OITO MIL MORTOS
Desde o início da gestão do atual mandatário, de acordo com o Cisen, a guerra contra a criminalidade deixou 28 mil mortos. Em 16 de julho, a Procuradoria Geral havia relatado que o número de mortos nos enfrentamentos chegava a 24.826.
No mês de abril, informes oficiais indicaram que a cifra de assassinatos relacionados ao narcotráfico era de 22.700. Apenas em 2009 foram registradas 9.635 mortes.
Desde dezembro de 2006, quando Calderón assumiu a Presidência e declarou guerra aos cartéis do narcotráfico, foram mobilizados cem mil efetivos do Exército e da Marinha, além de policiais federais e estaduais. Agora, o governo planeja destacar mais 40 mil agentes.
COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
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