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Muçulmanos do mundo árabe iniciam hoje o mês sagrado do Ramadã
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Milhões de muçulmanos do mundo árabe iniciaram nesta quarta-feira o jejum do mês sagrado do Ramadã, que este ano será realizado em pleno verão no hemisfério Norte e com altas temperaturas que desafiarão os fiéis em seu jejum de águia e comida do nascer até o pôr do sol.
O Ramadã começou em Jordânia, Egito, Síria, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Iêmen, Kuait e Sudão, depois que as autoridades religiosas avistaram na terça-feira o quarto crescente da lua ou hilal --que marca o início do Ramadã e o final do mês muçulmano de Shaban.
Nas últimas semanas, não só as temperaturas subiram, mas também os preços dos alimentos na maioria dos países árabes, o que provocou manifestações de protesto no Egito.
Crack Palinggi/Reuters | ||
Muçulmanos esperam hora de interromper jejum sagrado do Ramadã, em mesquita de Jacarta, na Indonésia |
"Até as verduras estão mais caras agora que antes", disse à Agência Efe Abdala el Sayed, um motorista egípcio. "O que podemos comer então para romper o jejum do Ramadã?", se perguntou.
El Sayed se queixou de que este ano terá que alimentar sua família com menos carne, porque não pode fazer frente a seu elevado preço, calculado em US$ 10 o quilo.
Na Jordânia, a alta dos preços dos produtos básicos antes do Ramadã também preocupou os cidadãos. O primeiro-ministro do país, Samir Rifai, alertou os comerciantes na terça-feira sobre suas tentativas de subir os preços dos alimentos sem motivo algum.
"Qualquer aumento de preços significa a ampliação da margem de lucro dos comerciantes, mas o governo dispõe de todos os meios para fazer frente a esta exploração", declarou à imprensa.
Segundo números oficiais, na Jordânia o consumo de alimentos aumenta em 35% durante o Ramadã, quando, apesar do jejum diurno, são frequentes os excessos culinários nas reuniões familiares.
No Líbano, embora as autoridades tenham solicitado um congelamento dos preços dos alimentos, desde o início da semana foi registrada uma alta no valor dos produtos, sobretudo das verduras e das frutas.
IRAQUE
Com a chegada do Ramadã no Iraque, o Ministério de Comércio lançou uma campanha para assegurar a repartição dos alimentos em todas as regiões do país.
"Os preços são altos e também o calor, sobretudo pelo contínuo corte de eletricidade", disse à Efe Samar Abdala, uma professora iraquiana, enquanto fazia compras no centro de Bagdá e terminava os preparativos para a festividade.
O começo do mês sagrado muçulmano não fez os iraquianos esquecerem a crítica situação política e econômica vivida no país, que ainda não tem um novo governo.
Devido a estas circunstâncias, um grupo de ulemás e intelectuais iraquianos expressou em comunicado seu desejo de que os políticos aproveitem o mês do Ramadã para acelerar a formação de um novo gabinete e melhorar a situação da segurança.
XIITAS
Nos países de maioria xiita, os muçulmanos observam somente na noite desta quarta-feira o hilal, por isso só começarão amanhã o período de jejum.
Na Arábia Saudita, berço do Islã, as autoridades permitiram mais uma vez a observação do hilal com o uso de telescópios, um tema que sempre foi polêmico no país.
A discussão gira em torno da tradição, que seria de analisar o céu sem a ajuda de instrumento algum.
Além disso, o mufti da Arábia Saudita, o xeque Abdul Aziz al-Asheik, a máxima autoridade religiosa do país, permitiu este ano que os doentes de diabetes não jejuem --já que 24% dos 21 milhões de sauditas sofrem deste mal.
Nono mês do calendário islâmico, o Ramadã é considerado sagrado porque, segundo a tradição, foi quando o profeta Maomé recebeu a revelação do Corão.
Quase 1,5 bilhão de muçulmanos no mundo devem iniciar o mês de jejum e as orações rituais do Ramadã.
O jejum é um dos cinco pilares do Islã, junto às cinco orações diárias, à profissão de fé, à esmola e à peregrinação a Meca. Ele deve ser cumprido por todo muçulmano, exceto mulheres grávidas, doentes, crianças e viajantes.
Durante o período, os fiéis devem abster-se de comer, beber, fumar e manter relações sexuais, do amanhecer até o pôr do sol. O jejum é concebido como um esforço espiritual e uma luta contra a sedução dos prazeres terrenos.
EXCEÇÃO
Nos Emirados Árabes Unidos, uma recente fatwa (decreto religioso) autorizou os trabalhadores expostos ao clima da região a romper o jejum se não aguentarem a onda de calor, com o objetivo de evitar a desidratação.
A fatwa foi proclamada após o pedido de um funcionário de uma plataforma de petróleo, que teme pela saúde em condições climáticas extremas.
No Egito, as autoridades decidiram mudar a hora do país durante o mês de jejum e, assim, o sol se ocultará uma hora mais cedo e a hora do iftar --a esperada refeição que encerra o jejum-- chegará mais cedo.
O fato do Ramadã coincidir este ano com as férias de verão inquieta a indústria turística da região, preocupada com a possibilidade dos ricos visitantes árabes procedentes da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuait e Líbia optarem por ficar em casa para passar o período tradicional em família.
Por este motivo, o ministério egípcio do Turismo iniciou uma campanha para convencer os ricos turistas árabes, que viajam ao Cairo no verão, que uma vez passado o momento austero do jejum poderão desfrutar de animados jantares com fogos de artifício, espetáculos, concertos e danças folclóricas às margens do Nilo.
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