Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
18/08/2010 - 14h54

Jornal publica foto em branco contra censura de imagens da violência na Venezuela

Publicidade

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O jornal "El Nacional", crítico ao governo, publicou em sua capa da edição desta quarta-feira uma foto em branco com a palavra "censurado" em um protesto contra a proibição do presidente venezuelano, Hugo Chávez, de publicar fotos de morte e violência.

A medida foi oficializada nesta terça-feira por um tribunal de Caracas, depois que a Defensoria Pública denunciou a publicação, no mesmo "El Nacional", de uma foto do necrotério da capital com mais de um cadáver por maca e corpos no chão.

David Fernández/Efe
Jornal venezuelano "El Nacional", crítico do governo Chávez, traz foto em branco e a palavar censurado em protesto à medida
Jornal venezuelano "El Nacional", crítico do governo Chávez, traz foto em branco e a palavar censurado em protesto

Segundo o tribunal, a foto viola os direitos de crianças e adolescentes. Para os editores e jornalistas a "censura prévia" de imagens é absurda.

"Proíbem a publicação de imagens e notícias sobre a violência", exibe em sua manchete desta quarta-feira o "El Nacional", que colocou a palavra censurado onde deveria haver uma foto de "um pai chorando por um filho que não tem mais".

"Se aqui houvesse outra imagem, você veria dirigentes políticos exigindo que a CICPC (polícia científica) desse cifras que não se pode publicar", escreve o jornal, embaixo de outro espaço em branco.

Miguel Otero, o diretor do "El Nacional", o mais tradicional do país, diz que publicou a imagem de dezembro passado para fazer o governo reagir à situação de violência que faz colapsar os necrotérios.

A insegurança é a maior preocupação dos venezuelanos --segundo dados extraoficiais, houve 140 mortos por 100 mil habitantes em Caracas em 2009. Um estudo da polícia de 2008 aponta uma média de 10 mil mortes violentas por anos. A oposição trata o tema como prioritário na campanha para a eleição legislativa do mês que vem.

Com cautela, o Colégio Nacional de Jornalistas expressou em comunicado que a medida judicial que proíbe a publicação de fotos de violência pode "gerar autocensura" nos veículos afetados.

O Colégio criticou ainda que o governo utilize uma causa nobre, os direitos dos jovens e crianças, para silenciar a imprensa local.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página