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Homens presos em mina no Chile terão sessões de análise
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GUSTAVO HENNEMANN
DE BUENOS AIRES
O grupo de 33 mineiros que ficou preso a quase 700 metros de profundidade, no norte do Chile, deve ser resgatado só daqui a cerca de quatro meses e terá de fazer psicoterapia para manter o equilíbrio emocional.
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Eles estavam desaparecidos desde o último dia 5, quando a mina de ouro e cobre onde trabalhavam desabou. Foram localizados anteontem com uma sonda.
Depois de chegar até o local onde estão abrigados, o equipamento voltou à superfície com um bilhete no qual avisaram: "Estamos bem, no refúgio, os 33". O local, que tem 52 m2, será o lar dos mineiros até a equipe de resgate escavar um novo túnel para retirá-los dali.
Depois de receber água e nutrientes concentrados para garantir o bem-estar físico, o grupo responderá a um questionário que será avaliado pela equipe de psicólogos enviada pelo governo. Eles serão submetidos a terapia de grupo ou individual, dependendo do caso.
O desafio será manter o ânimo de todos, controlar a impaciência e evitar atritos. Uma das estratégias será enviar por meio de uma sonda cartas e vídeos com recados dos familiares, que estão acampados ao lado da mina San José, localizada no departamento de Copiapó, no deserto do Atacama.
Os psicólogos também tentarão estabelecer uma rotina, para que o grupo tenha horários para dormir e comer, já que a falta de iluminação resulta na disfunção do relógio biológico.
Segundo o Ministério da Saúde, os psicólogos irão apoiar e legitimar um líder para que seja mantido o controle sobre o grupo, que tem homens de 19 a 63 anos.
Até o momento, quem demonstrou liderança foi o mais experiente deles, Mario Gómez, 63, que já passou por situações semelhantes e que trabalha em minas desde os 12 anos. Ele foi o autor do bilhete que anunciou que o grupo está vivo.
Ontem, a equipe de resgate já havia instalado um sistema de comunicação por interfone que permitiu o diálogo com alguns mineiros.
Segundo os relatos, até ser localizado, o grupo sobreviveu comendo latas de peixe em conserva que estavam guardadas no refúgio e tomando a água armazenada em máquinas.
Uma microcâmera conseguiu captar anteontem as primeiras imagens do local. Com as luzes dos capacetes acesas, a maioria apareceu sem camisa.
No refúgio, a temperatura é de aproximadamente 30C e a umidade do ar chega a 95%. A falta de ventilação é, no momento, o principal problema, de acordo com o ministro da Mineração, Laurence Golborne.
Ele conversou com o grupo na tarde de ontem e disse que todos estão bem de saúde.
Outras duas perfurações deverão ser feitas por sondas até o refúgio, para que seja possível transportar objetos, estabelecer comunicação e ventilar o local.
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