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23/09/2010 - 22h45

Estado americano da Virgínia executa primeira mulher em quase cem anos

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Os EUA executaram nesta quinta-feira a primeira mulher em cinco anos. Foi a primeira em cem anos a morrer por ordem de juíz do Estado --no caso, a Virgínia. Teresa Lewis, 41, foi condenada por auxiliar na morte de seu marido e enteado. O caso atraiu apelos da União Europeia e uma comparação do Irã com a iraniana Sakineh Ashtiani, condenada a morte por apedrejamento

Lewis, que teria graves problemas de aprendizado, recebeu uma injeção letal às 21h13 (22h13 em Brasília) no Centro de Correção Greensville, em Jarratt. Parentes e defensores das vítimas assistiram à execução.

Efe
Americana Teresa Lewis foi condenada a morte por ajudar no assassinato do marido e enteado; Ahmadiejad a compara com Sakineh
Americana Teresa Lewis foi condenada a morte por ajudar no assassinato do marido; Ahmadiejad a compara com Sakineh

Mesmo diante dos apelos internacionais contra a pena de morte, nem o governador Bob McDonnell, nem a Corte Suprema dos EUA quiseram intervir por Lewis. Seu advogado, pago pelo Estado, alegou que ela não tinha a inteligência necessária para organizar os assassinatos e que foi manipulada pelos assassinos, que seriam seus amantes.

Os defensores de Lewis disseram que ela era uma mulher mudada e que mesmo suas colegas de prisão dizem que ela é uma inspiração por sua fé e música gospel que canta no Centro de Correção para Mulheres Fluvanna.

Em uma carta a McDonnell, a UE pediu ao governador que alterasse sua sentença para prisão perpétua, citando a deficiência mental de Lewis, o que seria contrário aos padrões mínimos de direitos humanos.

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, também apelou para o caso de Lewis, mas para rebater as duras críticas recebidas pelo caso da iraniana Ashtiani, condenada ao apedrejamento por adultério e participação no assassinato de seu marido. Ele denunciou um padrão duplo diante do "silêncio da mídia" sobre o caso de Lewis, que considera similar.

Lewis encontrou Rodney Fuller e Matthew Shallenberger em uma loja da rede de supermercados Wal-Mart, em Pittsylvania. Ela ofereceu sexo e dinheiro por armas que entregou aos assassinos contratados para matar seu marido, Julian Clifton Lewis Jr, e seu filho, Julian Lewis, que tinha um seguro de vida de US$ 250 mil em nome do pai.

Na noite anterior ao Halloween, em 2002, Shallenberger e Fuller entraram na casa e mataram os dois homens a tiros. Quando Julian ainda estava sangrando, deitado no chão, Lewis pegou a carteira do bolso de sua calça, tirou US$ 300 e deu aos assassinos.

Os advogados de Lewis alegam que Shallenberger admitiu ser o autor do crime e que enganou Lewis para conseguir parte do seguro de vida. Shallenberger cometeu suicídio na prisão, em 2006. Ele e Fuller foram sentenciados à prisão perpétua.

A execução de Lewis foi a primeira de uma mulher em Virgínia, segundo Estado americano com mais execuções, desde 1912. Texas foi o último Estado a matar uma condenada, em 2005.

Das mais de 1.200 pessoas condenadas à pena de morte desde 1976, quando a Suprema Corte dos EUA retomou a punição, apenas 11 eram mulheres.

 

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