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06/10/2010 - 09h14

Recuperação de região húngara afetada pelo vazamento demorará anos

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DA EFE

Centenas de afetados, dezenas de hectares contaminados, rios devastados: o derramamento tóxico que afetou o sudoeste da Hungria está se confirmando como uma catástrofe ecológica de enormes proporções, que implicará em muitos anos para que a natureza e a agricultura consigam se recuperar.

Uma camada de lodo vermelho de dois centímetros de espessura, carregada de metais pesados, está esparramada por 40 km2, incluindo áreas cultiváveis, e segue avançando em direção ao rio Raab, que desemboca no Danúbio.

O secretário de Estado para o Meio Ambiente, Zoltán Illés, classificou o fato como "catástrofe ecológica" e advertiu que haverá de retirar a terra na região afetada para que possa voltar a cultivar-se, o que poderia levar pelo menos um ano.

Por sua vez, o responsável da WWF/Adena na Hungria, Gábor Figeczky, afirmou à agência Efe que esta é a "maior catástrofe ecológica da história da Hungria", e que a natureza demorará anos para se recuperar.

A ruptura de uma bolsa de acumulação de uma empresa fabricante de alumínio provocou na segunda-feira o vazamento de 1 milhão de metros cúbicos de lodo altamente tóxico. Quatro pessoas, entre elas uma criança, morreram no acidente e outras seis estão desaparecidas.

Mais de 120 pessoas tiveram de ser hospitalizadas e 400 casas foram afetadas pela onda de barro vermelho.

Bernadett Szabo/Reuters
Homem vasculha local atingido por lama tóxica na Hungria; recuperação das regiões afetadas deve levar anos
Homem vasculha local atingido por lama tóxica na Hungria; recuperação das regiões afetadas deve levar anos

Zsolt Szegfalvi, presidente do Greenpeace na Hungria, ressaltou que se trata "a maior catástrofe da Europa relacionada com o chamado barro vermelho", por isso que ninguém tem experiência sobre como tratar a situação.

As autoridades declararam o estado de emergência nas três províncias contaminadas ao oeste do país.

Agora, o principal temor é que se estenda em cadeia a partir do rio Marcal, onde já não é possível encontrar rastros de vida corrente, em direção aos cursos d'água do Raab, o Mosoni Duna e o Danúbio, a pouco mais de 100 km do lugar do acidente.

Szegfalvi confiou em que "as substâncias tóxicas que já estão próximas do rio Marcal, não cheguem até o Danúbio" e as autoridades trabalham na construção de diques para evitar que o vazamento se estenda.

O chefe de Governo húngaro, Viktor Orbán, afirmou que os afetados serão indenizados e anunciou que será aberta uma investigação para esclarecer a catástrofe ambiental.

A Companhia Húngara de Produção e Comércio de Alumínio (MAL), dona do reservatório, classificou o episódio de "catástrofe meteorológica" ao atribuir a ruptura do reservatório às fortes chuvas. A imprensa local informou que a companhia dispõe de um seguro de apenas 37 mil euros.

Embora até o momento não tenha sido possível calcular o tamanho do prejuízo causado pelo vazamento, o secretário de Estado do Meio Ambiente Illés falou em declarações à imprensa local em dezenas de milhões de dólares.

Desde a tragédia está proibida a pesca e a caça nas áreas afetadas. O Greenpeace pediu precaução para que as tarefas de limpeza não causem ainda mais danos.

"É preciso atuar com muito cuidado para que não ocorram mais danos", ressaltou Szegfalvi à Efe, ao explicar que ainda não se sabe os efeitos das substâncias que serão utilizadas para neutralizar os tóxicos derramados na segunda-feira.

 

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