Publicidade
Publicidade
Mineiro resgatado quer retomar suas paixões por futebol, família e mineração
Publicidade
MARÍA LORENTE
DA FRANCE PRESSE, EM COPIAPÓ
Ariel Ticona, um dos 33 mineiros recém-resgatados da mina San José, passeou tranquilamente por seu bairro, este sábado. Ele contou que quer descansar para voltar à vida normal e retomar suas paixões: o futebol, a família e a mineração.
"Agora, quero descansar e voltar no ano que vem à mineração", disse Ariel Ticona enquanto passeava pelo bairro, após passar 69 dias preso a mais de 600 metros debaixo da terra.
O único que o delatam são os óculos escuros, que os médicos aconselharam que usasse para se proteger do sol após dois meses de escuridão. No mais, poderia ser confundido com qualquer vizinho de Manuel Rodríguez, bairro humilde dos arredores da cidade de Copiapó.
Ticona, 29, ficou famoso porque durante os dias em que permaneceu preso na mina teve uma menina, a filha tão esperada depois de dois filhos homens, e a quem a família decidiu chamar Esperanza.
"Está linda, muito linda. É bonita, maravilhosa", derreteu-se ao falar da filha, que se tornou uma celebridade internacional logo após o nascimento. Ele só a conheceu no hospital de Copiapó, onde esteve internado durante quase dois dias.
Ele assistiu o parto em um vídeo enviado por seu irmão por meio de uma sonda até as profundezas na mina.
Ariel não presenciou o nascimento de seus filhos homens, hoje com 9 e 5 anos.
"Mas este sim queria ver, mas bom, não deu. Deus quis assim", contou na rua, na esquina de sua casa, já transformado em herói do bairro e de todo o Chile.
Para Ticona, o penúltimo mineiro a deixar a mina, a experiência não foi tão grave.
"Foi muito mais difícil para a minha família. Foi pior para eles do que para nós", afirmou.
"Eu sempre tive a mente bem fria", explicou este homem que trabalhava na mina de San José, conduzindo máquinas pesadas. Embora nos primeiros 17 dias --quando nada se sabia deles-- foram "tremendos", contou.
Mas sobre isso, os 33 mineiros concordaram em não falar enquanto não avançar uma investigação sobre a responsabilidades dos donos da mina no acidente.
Assim como os outros, Ticona detalhou que a organização em grupos foi a chave para a sobrevivência.
"Eu era um dos encarregados da comunicação. Instalava os equipamentos de fibra óptica, os equipamentos para fazer a videoconferência", explicou.
Agora, o único que ele quer é descansar.
"Descansar alguns meses e voltar no ano que vem à mineração", afirmou.
A façanha extraordinária que experimentou lhe serviu para "pensar muito". "Afinal, isto é o que mais fazíamos."
Agora, disse acreditar que deve "corrigir as coisas nas quais falhou".
"Ter mais tempo para a família, antes trabalhava muito, passava muito tempo no futebol", admitiu, antes de esclarecer: "não vou abandonar o futebol. É uma paixão".
Agora, ele disse se preparar para um grande desafio: jogar com os colegas mineiros no fim de outubro uma partida contra algum dos governantes do Palácio La Moneda, como propôs o presidente Sebastián Piñera.
"Eu estive dois meses trancado, sem atividade, aos 20 minutos estarei com a língua para fora", disse, explicando que está fora de forma.
+ Livraria
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice