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08/12/2010 - 18h28

Grupo de hackers lança operação de ciberataques contra "inimigos" do WikiLeaks

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DE SÃO PAULO

Um grupo de hackers autointitulado Anonymous (Anônimo) lançou uma operação contra os sites das empresas que suspenderam seus serviços ao WikiLeaks, no que dizem ser uma retaliação pelo cerco ao site que vazou 250 mil documentos diplomáticos americanos. O grupo já atacou os sites da Mastercard e do PayPal e ameaça agora derrubar o acesso ao site da Visa.

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A Operation PayBack (Operação Vingança, em tradução livre) reúne um grupo de cerca de 1.500 ativistas que ganhou notoriedade com ataques à Igreja da Cientologia e ao músico Gene Simmons. Eles não tem um líder, mas reivindicam uma série de ataques aos sites da Mastercard e PayPal, que suspenderam contas de doações ao site, além da Amazon, que cancelou o serviço de servidores, e o banco suíço PostFinance, que fechou a conta do fundador do WikiLeaks, Julian Assange.

As ações dos ativistas envolvem um "ataque distribuído de negação de serviço" --um método praticado por hackers para reduzir a velocidade de um site ou mesmo tirá-lo do ar. Conhecido como DDoS (um acrônimo em inglês para Distributed Denial of Service), o ataque é uma tentativa de tornar os recursos de um sistema indisponíveis através de sobrecarga.

Um computador mestre tem sob seu comando até milhares de outras máquinas, preparadas para acessar um site em uma mesma hora de uma mesma data. Como servidores web possuem um número limitado de usuários que pode atender simultaneamente, o grande e repentino número de requisições de acesso esgota o atendimento.

"Embora não tenhamos muito em afiliação com o WikiLeaks, nós lutamos pelas mesmas razões", disse o grupo, em comunicado. "Nós queremos transparência e nós encontramos censura. Isto é o motivo de querermos utilizar nossos recursos para levantar alerta, atacar aqueles contra e apoiar aqueles que ajudam a levar nosso mundo para liberdade e democracia".

A operação, que refere a si própria como "movimento anônimo, descentralizado que luta contra a censura", argumenta que a censura contra o WikiLeaks "são grandes passos rumo a um mundo onde nós não podemos dizer o que pensamos e somos incapazes de expressar nossas opiniões e ideias".

"Não podemos deixar isto acontecer. É por isso que nossa intenção é descobrir quem é responsável por esta tentativa de censura", disse o grupo, que ameaça ainda outras instituições, como o Twitter, que acusam de estar censurando a página do WikiLeaks.

"Nós atiraremos em qualquer coisa ou qualquer um que tentar censurar o WikiLeaks, incluindo companhias multibilionárias como a PayPal", diz um comunicado que circula na internet, atribuído à operação. "Twitter, você é o próximo por censurar a discussão #WikiLeaks. A grande chuva de merda começou".

Twitter emitiu um comunicado negando a censura ao site e dizendo que toda a confusão se deve a lista de Trending Topics mundiais, que ontem e hoje não trazia WikiLeaks nem na última posição.

Em sua conta no Twitter, o grupo informou ainda que atacará, em uma hora, o site da Visa, que também fechou a conta de doações ao WikiLeaks.

Apesar da Mastercard não confirmar um ataque ao seu site, a ação foi confirmada no Twitter pelo usuário @Anon_Operation. "Nós estamos felizes de dizer a vocês que http://www.mastercard.com/ está fora e está confirmado! #ddos #WikiLeaks Operação: Vingança".

PRISIONEIRO POLÍTICO

Um dos hackers ligados ao grupo, Gregg Housh, disse em entrevista à agência Associated Press que 1.500 ativistas estão em fóruns e salas de bate-papo para se reunir e planejar os ataques DDos.

O exército hacker alega que as ações contra o WikiLeaks são motivadas politicamente e visam a silenciar aqueles que desafiam as autoridades. "Para todos nós, não há distinção. Ele é um prisioneiro político e as duas coisas são completamente entrelaçadas".

Em um chat on-line Anonops.net, os membros do grupo anunciam ser de todo o mundo --"Olá a partir de Serra Leoa", "oi da Áustria". Eles falam abertamente sobre os atentados e dizem que precisariam de 5.000 pessoas para paralisar de vez o popular site de pagamentos on-line PayPal.

Housh disse que houve conversas entre os hackers de uma campanha contra as duas suecas que acusam Assange de crimes sexuais, mas que permaneceu "um assunto delicado, por isso muitas pessoas não querem se envolver".

Ele, que já trabalhou em campanhas anteriores com o Anônimo, mas nega qualquer atividade ilegal, disse que foi a primeira vez que o grupo tinha poder de fogo suficiente para derrubar uma companhia segura, como a Mastercard. "Nenhuma tática mudou neste momento", disse ele, "mas há tanto apoio e há tanta gente fazendo que sites como este [Mastercard] estão indo abaixo".

 

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