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21/12/2010 - 14h12

Iraque aprova novo governo após nove meses de impasse; Obama parabeniza

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DE SÃO PAULO

Os parlamentares iraquianos aprovaram por unanimidade nesta terça-feira o novo governo do país, pondo fim a nove meses de vácuo político. Os iraquianos esperavam a formação do novo governo desde as eleições de 7 de março, nas quais nenhum partido ou aliança obteve maioria absoluta.

Foram aprovados 29 ministros. O novo governo do Iraque será liderado pelo primeiro-ministro Nuri al Maliki.

O presidente dos EUA, Barack Obama, parabenizou os líderes iraquianos pela formação do novo governo e classificou a medida como "um grande passo adiante em avançar na unidade nacional".

"A decisão de formar um governo de parceria inclusiva é uma rejeição clara aos esforços dos extremistas para motivar a divisão sectária", disse Obama em comunicado.

Ali Abbas/Efe - 31.ago.10
Iraquiano assiste ao discurso em rede nacional do premiê Nuri al Maliki
Iraquiano assiste ao discurso em rede nacional do premiê Nuri al Maliki

O presidente iraquiano, Jalal Talabani, pediu oficialmente no dia 25 de novmebro que Maliki formasse um novo governo --uma missão complexa mas crucial para que o Iraque saia da crise política.

O prazo para a aprovação do gabinete terminava no final desta semana, e a dificuldade para se chegar a um acordo reflete as divisões sectárias e étnicas que ainda assolam o país, sete anos e meio depois da invasão americana que derrubou o ditador Saddam Hussein.

Maliki, que é xiita, conquistou seu segundo mandato como primeiro-ministro em um acordo de partilha de poder alcançado com seus rivais em 10 de novembro, que deu a presidência a Talabani, um curdo, e ao parlamentar do Iraqiya Osama al-Nujaifi, um sunita, o posto de presidente do Parlamento.

A coalizão opositora Iraqiya, do ex-premiê Iyad Allawi, que conseguiu o maior número de cadeiras nas eleições, aceitou apoiar um novo governo liderado pelos xiitas, e manter Nuri al Maliki como premiê do Iraque.

ACORDO

A coalizão opositora Iraqiya, liderada pelo ex-premiê Iyad Allawi, conquistou mais cadeiras no Parlamento que a governante Estado de Direito, do premiê Nuri al Maliki. Porém, não obteve assentos o bastante para governar sozinha. Allawi e Maliki disputaram o poder desde as eleições, até que, finalmente, Allawi decidiu ceder e aceitou participar de um novo governo liderado pelos xiitas.

O pacto reparte os principais cargos do país entre as etnias e grupos religiosos de maior influência: xiitas, sunitas e curdos. O xiita Nuri al Maliki continua no cargo de primeiro-ministro e o curdo Jalal Talabani segue como presidente. Já o representante sunita ganha o posto de líder da Câmara.

A manutenção de Maliki no poder, no entanto, não agrada aos sunitas linha-dura e aos insurgentes islâmicos sunitas.

ELEIÇÕES INCONCLUSIVAS

Nas eleições de 7 de março, aliança xiita com apoio sunita Iraqiya, de Iyad Allawi, saiu com com 91 das 325 cadeiras do Parlamento. Logo atrás, a exclusivamente xiita Estado de Direito, de Maliki, obteve 89 cadeiras. A também xiita Aliança Nacional Iraquiana (ANI) obteve 70 cadeiras e outras 43 ficaram com a aliança curda. Eram necessárias 163 cadeiras para um governo sem coalizão.

Allawi pressionou para tentar derrubar Maliki do cargo de premiê, após sua coalizão Iraqiya ganhar dois votos a mais que a aliança de Maliki nas eleições.

A tensão aumentava enquanto Maliki e Allawi disputavam o poder. O premiê interino apelou, então, para os países vizinhos e obteve o apoio do Irã.

Os sunitas, que dominavam na época da ditadura de Saddam Hussein, apoiaram a aliança Iraqiya. Allawi disse que a raiva dos sunitas pode reacender a insurgência se sua aliança for jogada de escanteio.

Apesar de o acordo ter dado um posto para Allawi e uma posição de controle à Iraqiya no Parlamento, alguns sunitas ainda podem se sentir marginalizados, como aconteceu após as eleições de 2005.

 

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