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20/01/2011 - 07h45

Projeto quer mapear maior favela da África

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CAROLINA MONTENEGRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM NAIRÓBI (QUÊNIA)

Maior favela da África, na periferia de Nairóbi (Quênia), Kibera tem 1 milhão de habitantes e fama mundial --principalmente depois que serviu de cenário para o filme "O Jardineiro Fiel" (2005), dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles.

Mas nos mapas, aparelhos de GPS e Google, Kibera sempre foi uma grande mancha cinza, sem a localização de casas, prédios públicos e serviços sociais.

A situação começou a mudar há pouco mais de um ano. Hoje, já é possível monitorar pela internet qual a situação de saúde, educação, segurança e recursos sanitários do local.

Roberto Schmidt-29.nov.2010/AFP
Mulher leva seu neto da escola para casa em Kibera, maior favela da África, localizada em Nairóbi, capital do Quênia
Mulher leva seu neto da escola para casa em Kibera, maior favela da África, localizada em Nairóbi, capital do Quênia

Realizado com apoio de geógrafos americanos, o projeto Mapeando Kibera é o responsável. Emprega jovens moradores locais que aprenderam a criar mapas on-line usando GPS e softwares abertos.

"O projeto foi desenvolvido em resposta à falta de dados geográficos disponíveis e abertos ao público sobre uma das maiores favelas do mundo", explica Jamie Lundine, coordenadora do projeto.

Jane Bisanju, uma das jovens envolvidas no mapeamento do programa, afirma que a expectativa é informar a comunidade local sobre os recursos existentes e os que ainda faltam para promover melhorias.

"Descobrimos, por exemplo, que na favela só existem três escolas públicas e dezenas de outras privadas. Cibercafés para acessar a internet são dez na favela toda", explica.

O custo total, de US$ 85 mil (R$ 135 mil), contou com doações privadas e fundos de organizações como o Unicef (agência da ONU para a infância).

Segundo Lundine, os gastos foram reduzidos graças ao trabalho de voluntários.

Kibera tem altos índices de violência, pobreza e desemprego. Estima-se que apenas 20% de sua população tenha acesso a eletricidade. Mais de 70% são desempregados.

Em 2008, quando o país pegou fogo após uma disputa eleitoral em que houve acusações de fraude, lá se travaram os maiores confrontos. Centenas morreram (o número oficial é inexistente).

Para 2011, os planos são mapear e nomear todas as ruas da favela. A organização do projeto também vai lançar um atlas com os mapas já produzidos e imprimir alguns deles para distribuir em escolas e locais públicos na região.

"Pensamos ainda em pintar alguns mapas em muros aqui, para que os moradores possam tomar mais conhecimento deles", diz Bisanju.

 

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