Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
14/03/2011 - 17h48

Itamaraty pede que brasileiros evitem viajar ao Japão

Publicidade

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Ministério de Relações Exteriores emitiu nesta segunda-feira um alerta aos brasileiros para que evitem viajar ao Japão, país afetado por um terremoto e tsunami na última sexta-feira (12) e que vive uma crise nuclear.

"Diante do estado de emergência e das incertezas decorrentes do terremoto no Japão, roga-se aos brasileiros evitar viagens àquele país até que a situação se normalize", diz o breve comunicado.

A polícia japonesa elevou nesta segunda-feira para 1.886 o número de mortos pelo terremoto de magnitude 8,9 que atingiu o país na última sexta-feira (12), seguido de um devastador tsunami. Outras 2.329 pessoas ainda estão desaparecidas, enquanto as autoridades estimam que o saldo final de vítimas ultrapasse os 10 mil.

Mas a maior preocupação das autoridades japonesas e da comunidade internacional é o risco de um vazamento nuclear do complexo japonês Fukushima Daiichi, cujos reatores foram afetados pelo terremoto.

As varetas de combustível do reator nuclear 2 agora estão totalmente expostas, informou a operadora da usina, a Tokyo Electric Power Co., citada pela agência de notícias Kyodo.

As varetas, formato no qual o urânio é moldado dentro do reator, haviam ficado expostas parcialmente mais cedo, mas os especialistas conseguiram estabilizar a situação, utilizando inclusive água do mar para aumentar o nível de água do sistema de resfriamento.

A Tokyo Electric Power Co. diz que a exposição ocorreu porque o canal de ventilação do vapor produzido pelo aquecimento do reator foi fechada acidentalmente nesta segunda-feira, causando uma nova e repentina queda do nível de água de resfriamento.

Três dos seis reatores de Fukushima estão aquecendo em níveis perigosos e as autoridades correm para evitar um derretimento --que aumentaria o risco de danos ao reator e de um possível vazamento nuclear, segundo especialistas.

O maior temor é de um grande vazamento de radiação do complexo em Fukushima, 240 quilômetros ao norte de Tóquio.

O governo alertou as pessoas que vivem num raio de 20 quilômetros em torno da usina a não saírem de casa. Segundo a Kyodo, 80 mil pessoas foram retiradas da área, somando-se a outros 450 mil desabrigados do terremoto e do tsunami.

Os engenheiros trabalhavam desesperadamente para resfriar as barras de combustível nuclear na usina neste fim de semana, mas não conseguiram evitar duas explosões no reator 3, por causa do acúmulo de hidrogênio. A Tokyo Electric Power Co. disse que 11 pessoas ficaram feridas na explosão.

A explosão foi similar à ocorrida no sábado (13) no reator número 1 dessa unidade e, igual a essa ocasião, não causou danos em seu recipiente primário nem vazamento maciço de radiação, segundo o governo.

O porta-voz do governo, Yukio Edano, afirmou mais cedo que os responsáveis pela unidade têm 'tudo preparado' para injetar água do mar no reator, a fim de tentar controlar sua temperatura.

Especialistas nucleares disseram, contudo, que é provavelmente a primeira vez em 57 anos da indústria nuclear de que a água do mar tem sido usado desta forma, num sinal de como o Japão pode estar próximo de um acidente grave.

'A injeção de água do mar em um núcleo é uma medida extrema', disse Mark Hibbs, do Fundo Carnegie para a Paz Internacional. 'Isso não está de acordo com os manuais.'

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página