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Visita de Obama é primeiro passo de amizade com Dilma, dizem analistas
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ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
A viagem do presidente dos EUA, Barack Obama, ao Brasil não trouxe avanços concretos e mostrou a incapacidade dos EUA de delinear uma política externa clara em relação ao país, segundo analistas ouvidos pela Folha.
Mas estabeleceu um primeiro passo importante --um relacionamento pessoal entre Obama e a colega Dilma Rousseff, que poderá dar forma a uma aproximação comercial e política daqui para frente.
Susan Segal, presidente do American Society/Council of the Americas, baseado em Nova York, viu pontos positivos na viagem. "Obama fez tudo o que pode para falar em parceria", disse.
"Ficou aparente que ele e Dilma foram muito francos em suas conversas sobre os problemas e o que esperam um do outro", afirmou à Folha.
"Os EUA precisam cortar subsídios agrícolas e o Brasil precisa abrir mais seus mercados. Se os presidentes puderem trabalhar juntos, do ponto de vista da personalidade de cada um, isso já é muito positivo."
Segal considera significativas ainda iniciativas anunciadas no setor educacional e científico, que, afirma, são fundamentais para melhorar as relações a longo prazo.
Já Peter Hakim, presidente Emérito do think tank Inter-American Dialogue, disse que ficou claro que "os EUA são simplesmente incapazes de criar uma política séria para o Brasil".
"Não acho que muita coisa foi alcançada", disse à Folha. "As coisas mais importantes que aconteceram foram o contato pessoal entre Obama e Dilma e uma resposta positiva 'a popularidade de Obama entre o povo."
Ele afirma que Washington "não quer aceitar o Brasil como alguém a ser consultado sobre problemas internacionais". "Obama não tocou em temas importantes para os EUA, como Irã, não proliferação nuclear e Honduras."
E não vê muita mudança na relação bilateral como resultado da viagem. "Não está claro ainda para onde caminha a política de Obama para a região. Os discursos não definiram isso. Essa viagem não me pareceu bem planejada."
Segal porém descarta as críticas quanto 'a falta de avanços mais concretos. "Não acho que visitas presidenciais foram feitas para avançar as coisas. São feitas para abrir caminho para relações de líderes. Seria um julgamento muito duro dizer hoje que nada avançou. Vamos ver em um ano."
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