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29/03/2011 - 09h06

Valenzuela nega frustração brasileira com visita de Obama

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ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

Apesar das declarações em contrário de diplomatas, empresários, analistas e afins, o secretário assistente de Estado dos EUA para o hemisfério Ocidental, Arturo Valenzuela, rechaçou ter havido qualquer senso de frustração da parte dos brasileiros com os resultados da visita ao país do presidente americano, Barack Obama.

"Não senti isso em nenhum encontro que tive", disse Valenzuela, que participou da viagem de Obama a Brasília e ao Rio há dez dias, em encontro com jornalistas no Departamento de Estado. "Pelo contrário, houve muita disposição de ambos os lados de mover as coisas adiante. Fiquei impressionado com o diálogo profundo que aconteceu."

A avaliação geral pelo Brasil é a de que a visita, enquanto afagou o ego da população, não trouxe resultados concretos nas principais reivindicações nacionais a Washington, incluindo subsídios agrícolas americanos e apoio a uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).

Já antes da chegada de Obama ao país, no dia 19, eram ouvidos comentários desgostosos com o que foi percebido como uma "visão mercantilista" do país pelos americanos, que por suas próprias declarações estavam concentrados em alargar o comércio bilateral e aumentar as exportações.

Valenzuela negou que o aumento das exportações fosse a motivação principal.

"Olha, faz sentido para qualquer país falar da importância do comércio. [A viagem] não foi para sublinhar a importância das exportações. Foi sobre a ampla gama de assuntos que o Brasil e os EUA têm em sua relação bilateral."

Afirmou ainda que Brasil e EUA tem mercado bastante movido pela demanda interna e o percentual (produtivo) voltado ao comércio internacional é menor do que o de outros países, o que "leva a padrões protecionistas". "É o que estamos conversando para superar."

Ele disse que, se não avançaram disputas comerciais, foi pelo menos assinado um memorando de cooperação em assuntos econômicos e de comércio, um acordo-quadro que guia discussões futuras na área. "O importante é mostrar uma pré-disposição para avançar. Não há uma visita presidencial desse nível que resolve disputas, o que ocorre é um sinal de que se quer avançar."

E completou: "o que importa é o entusiasmo".

Com relação à falta de endosso completo por Obama da ambição brasileira de conseguir uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, de novo Valenzuela afirmou "não ter sentido frustração" da parte do Brasil.

"A forma como ele mostrou entendimento das ambições brasileiras e da necessidade de mudar a arquitetura mundial foram importantes, e minha sensação é de que houve não houve insatisfação, pelo contrário."

O voto favorável do Brasil ao estabelecimento de um relator para os direitos humanos no Irã foi notado por Valenzuela, que considerou um "desenvolvimento construtivo".

O secretário insistiu em vender a visita como de um simbolismo importante. "O primeiro presidente negro dos EUA, entrando no Theatro Municipal, sem gravata... é uma grande história."

Para finalizar, fez uma avaliação aparentemente minoritária: "para nós, a visita foi um grande sucesso".

 

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