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01/05/2011 - 11h01

Rússia diz que Otan pode ter mirado Gaddafi em ataque

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou neste domingo que a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) pode ter considerado como um alvo o ditador líbio, Muammar Gaddafi, e sua família. A aliança confirmou mais cedo ataque a Trípoli, mas negou que tenha indivíduos como alvo, após autoridades líbias confirmarem a morte de um filho e três netos do ditador em um ataque aéreo.

A Rússia tem sido uma crítica da atuação da aliança ocidental na Líbia e foi um dos países que se absteve no voto da reolusção pela intervenção militar no país africano.

"Temos sérias dúvidas sobre os comunicados dos membros da coalizão de que os ataques na Líbia não pretendiam eliminar Gaddafi e sua família", afirmou o ministério em nota oficial.

"O uso desproporcional da força supera a resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU, que não prevê, de nenhuma maneira, a mudança de poder na Líbia e representa consequências nefastas e a morte de inocentes", completa o texto.

Louafi Larbi /Reuters
Governo líbio levou jornalistas para verificarem danos causados à residência da família de Gaddafi
Governo líbio levou jornalistas para verificarem danos causados à residência da família de Gaddafi

Mais cedo, o parlamentar russo Konstantin Kosachev afirmou à agência Interfax que o ataque foi prova de que a coalizão não está protegendo civis, como determina a resolução do Conselho de Segurança, que estabelece ainda a criação de uma zona de exclusão aérea no país para evitar os bombardeios dos aviões de Gaddafi contra os oposicionistas.

A Otan confirmou em comunicado emitido na madrugada deste domingo ataques "de precisão" contra um prédio de comando e controle no bairro de Bab Al Azizya, pouco depois das 18h do sábado.

O comunicado, contudo, ressalta que os alvos da aliança são exclusivamente militares e "claramente vinculados aos ataques sistemáticos do regime de Gaddafi sobre a população e áreas povoadas líbias".

Neste sábado, o porta-voz do governo líbio, Moussa Ibrahim, foi a público anunciar a morte de Saif al Arab, assim como três dos netos do ditador. Ele afirmou que Gaddafi se encontrava na casa bombardeada, mas saiu ileso.

"Não apontamos para indivíduos", disse o tenente-general Charles Bouchard, chefe da missão militar na Líbia.

"Lamentamos toda perda de vida, especialmente de civis inocentes que resultam do conflito em curso. A Otan está cumprindo seu mandato da ONU para deter e prevenir ataques contra civis com precisão e cuidado, não como as forças de Gaddafi, que estão causando tanto sofrimento", acrescenta Bouchard na nota.

O general canadense afirma que quer lembrar de novo aos civis da Líbia que se afastem todo o possível das forças, dos equipamentos e infraestrutura militar conhecidas do regime de Gaddafi para reduzir o perigo potencial para eles.

MENTIRA

O Conselho Nacional de Transição (CNT), principal órgão dos oposicionistas líbios, afirmou neste domingo que é mentira a denúncia do regime Gaddafi.

"Gaddafi quer pressionar a Otan para que interrompa seus ataques sobre a capital e demonstrar que a organização quer matá-lo", disse o porta-voz do CNT, Jalal al Galal.

ATAQUE

Segundo o governo líbio, Saif al Arab Gaddafi, 29, filho mais novo de Muammar Gaddafi, foi morto neste sábado em Trípoli durante um ataque aéreo da Otan.

Ibrahim afirmou que Gaddafi estava junto com o filho mas saiu ileso do bombardeio, que também matou três netos e feriu outros parentes e amigos.

A Otan atua na Líbia assumiu o comando das operações internacionais na Líbia no dia 31 de março e passou a liderar as forças na operação Protetor Unificado. Inicialmente, as ações militares do país eram lideradas pelos EUA.

Gaddafi e sua mulher estavam na casa do filho em Trípoli quando ao menos um míssil da Otan teria atingido o local. "A casa de Saif al Arab Muamar Gaddafi (...) foi atacada com meios potentes. O líder [Muammar Gaddafi] está bem", disse Ibrahim. "Ele não foi ferido. Sua mulher também passa bem".

A casa do filho do ditador, que fica em uma área residencial de Trípoli, ficou amplamente danificada. Saif al Arab Gadhafi era o sexto filho do ditador e passava grande parte do tempo na Alemanha nos últimos anos.

Em Benghazi, houve comemoração com tiros para o alto disparados por rebeldes durante a madrugada deste sábado após o anúncio da morte de Saif al Arab, de acordo com um jornalista da France Presse.

 

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