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04/05/2011 - 11h50

Comissária da ONU defende EUA, mas pede detalhes da morte de Bin Laden

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, defendeu nesta quarta-feira a operação militar dos Estados Unidos que acabou com a morte de Osama bin Laden. Ela pediu, contudo, os detalhes em torno da morte do líder da rede terrorista Al Qaeda, alvo de polêmica depois que os EUA revelaram que ele não estava armado.

"Tomo nota de que os Estados Unidos indicaram claramente que, se pudessem, sua intenção era deter Bin Laden [e] compreendo plenamente que isso teria sido difícil", afirmou a Alta Comissária.

"Era uma operação complexa, mas seria útil conhecer com precisão os detalhes em torno da morte", enfatizou, acrescentando que as operações antiterroristas devem respeitar o direito internacional.

A Alta Comissária da ONU disse ainda que o líder da Al Qaeda havia assumido a plena responsabilidade de seus atos, incluindo matanças que podem ser classificadas como crimes contra a humanidade.

Muita polêmica cerca a morte de Bin Laden depois que a Casa Branca começou a revelar os detalhes da operação.

Pressionado por repórteres, o porta-voz da Casa Branca, Jim Carney, afirmou nesta terça-feira que Bin Laden não estava armado. Ele afirmou, contudo, que o terrorista "ofereceu resistência" antes de morrer e que "outras pessoas estavam armadas na casa" --o que justificaria matá-lo e não capturá-lo.

A Casa Branca disse ainda que os militares da força de elite Seals apenas atiraram na perna de uma das supostas mulheres de Bin Laden, mas não a mataram. Ainda na segunda-feira, o governo americano já tinha desmentido relatos iniciais de um assessor de Obama que uma mulher teria servido de escudo humano.

O diretor da CIA, Leon Panetta, confirmou a versão da Casa Branca e afirmou em entrevista à rede de televisão NBC que Bin Laden nunca se rendeu. "Também estava, como parte das regras da operação, que se ele de repente levantasse as mãos e se rendesse, então teríamos a oportunidade, obviamente, de capturá-lo. Mas essa oportunidade nunca foi apresentada", explicou.

TORTURA

Ainda na terça-feira, Panetta revelou que as informações obtidas pelos detidos nas prisões secretas da CIA mediante a polêmica técnica de "afogamento simulado" (waterboarding) ajudaram a traçar o plano que levou ao assassinato do líder da Al Qaeda.

Em entrevista à NBC, o diretor ressaltou que as pistas que levaram os serviços de inteligência a encontrarem o esconderijo do líder da Al Qaeda vieram de "muitas fontes", e não só dessa técnica de interrogatório.

"Neste caso, as técnicas de interrogatório coercitivas foram usadas contra alguns desses prisioneiros. Quanto ao debate sobre se poderíamos ter obtido as mesmas informações por outros meios, acho que esta sempre será uma questão em aberto", indicou.

Perguntado se nessas "técnicas de interrogatório coercitivas" se incluía o afogamento simulado, Panetta respondeu: "Correto".

Os críticos do "afogamento simulado" a classificam como tortura. O "afogamento simulado" consiste em amarrar um pedaço de pano ou plástico na boca do prisioneiro e, em seguida, derramar água sobre seu rosto. O detido começa a inalar água rapidamente, causando a sensação de afogamento.

O ex-presidente George W. Bush defende a técnica, a qual atribuiu informações valiosas na guerra contra o terrorismo.

 

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