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05/05/2011 - 09h48

Apenas um homem estava armado na casa de Bin Laden, diz jornal

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DE SÃO PAULO

Novos detalhes divulgados por fontes paquistanesas e americanas revelam que a operação que matou Osama bin Laden foi caótica e sangrenta e que os militares encontraram pouca resistência antes de matar o líder terrorista e seus aliados em uma casa de alta segurança no Paquistão.

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O relato oficial dos Estados Unidos sobre a operação, realizada pela força de elite Seals, aponta que os militares encontraram resistência de Bin Laden e de seus aliados na casa de três andares em Abbottabad. Os 40 minutos da operação teriam sido de intensa troca de tiros.

Mas fontes paquistanesas e americanas afirmaram à imprensa que apenas um dos homens presentes na casa estava armado e que ele foi o primeiro a ser morto pelo comando dos EUA.

Segundo as informações não oficiais, publicadas pelo jornal "The New York Times", os mais de 20 membros da Seals rapidamente mataram os poucos homens presentes na casa, restando tempo suficiente para apreender grande quantidade de material no complexo.

Editoria de Arte/Folhapress
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Os únicos tiros disparados do lado dos moradores foram no começo da operação, quando o mensageiro Abu Ahmed al-Kuwaiti abriu fogo por detrás da porta da casa de visitas, adjacente à casa onde Bin Laden estava. Depois que os militares mataram Kuwaiti e uma mulher na casa, não receberam mais nenhum disparo.

Quando o comando seguiu para a casa principal, viram o irmão do mensageiro, que acreditavam estar se preparando para atirar. Eles então se anteciparam e mataram-no. Ao subir as escadas da casa de três andares, os militares mataram o filho de Bin Laden, Khalid, enquanto ele se lançava contra a equipe Seal.

Eles seguiram então para o último andar, entraram em um quarto e viram o líder da rede terrorista Al Qaeda com uma AK-47 e uma pistola Makarov ao alcance da mão. Eles atiraram e mataram Bin Laden e feriram a perna de uma mulher que estava com ele.

Com o fim do combate, a equipe procurou e apreendeu cerca de cem pen drives, DVDs e CDs, além de dez HDs e cinco computadores. Levaram ainda pilhas de papéis da casa.

VERSÃO OFICIAL

Este relato difere da versão oficial divulgada pelo porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, na terça-feira (3), quando disse que os militares "se engajaram em um tiroteio durante toda a operação".

Em uma entrevista ao canal PBS, o diretor da CIA, Leon Panetta, também relatou troca de tiros "que aconteceram enquanto estes caras estavam subindo as escadas do complexo".

Funcionários de Washington explicam que a mudança nas versões apresentadas ao longo da semana pelo governo, incluindo o fato de Bin Laden ter usado sua mulher como escudo humano, ocorrem por causa da demora em obter os relatórios da equipe Seals.

Eles explicam ainda, segundo o "New York Times", que o comando foi recebido com disparos assim que entrou no complexo, o que os levou a supor que todos estariam armados. "Eles estavam em um ambiente ameaçados e hostil durante todo o tempo", disse um funcionário do governo americano ao jornal.

DESCONFIANÇA

A desconfiança em relação aos relatos oficiais da operação foi alimentada ainda pela decisão do presidente Barack Obama de não revelar as imagens da morte do terrorista, que gerou críticas quase imediatas da oposição republicana.

As imagens provariam ao mundo que Bin Laden está realmente morto e poderiam ainda esclarecer a forma que ele foi assassinado pelos militares.

Justificando sua decisão, Obama disse ao programa "60 Minutes", da CBS, que "os riscos da divulgação superam os benefícios".

"As teorias de conspiração ao redor do mundo vão alegar que as fotos são montagens, de qualquer forma. Há um risco real de que a divulgação das fotos sirva apenas para inflamar a opinião pública do Oriente Médio", completou o presidente, em trechos adiantados no site da emissora.

Horas depois, o porta-voz da Casa Branca, Jim Carney, corroborou as declarações de Obama e disse que Obama consultou sua equipe de segurança nacional antes de tomar a decisão.

Em sua coletiva diária à imprensa, Carney argumentou a favor da decisão do presidente e reforçou que os mais altos funcionários do setor o ajudaram a decidir que não está nos interesses dos EUA divulgar as imagens, que segundo ele, são muito fortes. "São as fotos de alguém que levou dois tiros na cabeça", argumentou.

"Muitos estão dizendo que isto não passa de uma armação, de um truque americano, e que não é verdade que Bin Laden morreu. A verdade é que o presidente Obama teve a confirmação de que ele está morto. Estamos monitorando a reação mundial e entre a Al Qaeda também não há dúvidas de que ele morreu", disse.

 

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