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Morte de Osama bin Laden foi uma execução, diz Michael Moore
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DA EFE
O cineasta Michael Moore disse nesta quinta-feira que a morte do líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, em uma operação das forças especiais dos Estados Unidos, foi uma "execução", lamentando as celebrações que houve no país.
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"Não acho que Jesus fosse ao 'Marco Zero' com garrafas de champanhe, como muita gente fez no domingo" para celebrar a morte de Bin Laden, disse Moore, conhecido por documentários que fazem críticas à política de Washington como "Tiros em Columbine" e "Farenheit 9/11".
"Acho que é bom que Osama bin Laden não esteja mais vivo, mas celebrar a morte vai além dos princípios com os quais cresci em uma família católica irlandesa", acrescentou em uma entrevista à CNN.
Moore referiu-se às celebrações espontâneas surgidas no domingo, após a morte de Bin Laden ser divulgada, em Washington, em torno da Casa Branca, e em Nova York, ao redor do "Marco Zero", onde a Al Qaeda realizou o atentado contra as torres gêmeas do World Trade Center, matando cerca de três mil pessoas.
"Foi um momento emocionalmente muito forte, mas também vi como havia afetados lá, mas não o viram como um dia positivo. As pessoas que perderam os seus estavam afetados", assinalou.
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Robyn Beck - 15.set.2009/AFP | ||
O cineasta norte-americano Michael Moore |
Para Moore, Bin Laden foi "executado" e recriminou as autoridades por não reconhecerem isso em público. "A versão mudou várias vezes em quatro dias. Se a intenção era matá-lo, por que não dizem?", questionou.
No entanto, o cineasta demonstrou otimismo com o futuro e assinalou que este pode ser um ponto de inflexão para os Estados Unidos. "É uma grande oportunidade para começar uma nova era", disse.
Moore apoiou a decisão do presidente americano, Barack Obama, de não publicar as fotografias da morte do líder da Al Qaeda, e considerou "grotesco" que as pessoas queiram vê-las.
"Não quero ver. Acredito no presidente e é suficiente. Neste país temos pena de morte e não publicamos as fotos nem televisionamos a execução, e todos acreditam que a execução foi feita", disse.
Diante da reprovação do apresentador Piers Morgan, que lhe perguntou onde deixara seu ceticismo, Moore assinalou que Obama "ganhou a confiança da maioria dos americanos com suas políticas e as decisões que tomou" e que nestes dois anos em que esteve no poder "disse a verdade".
"É diferente quando se anuncia que há armas de destruição em massa em um país quando há gente do serviço de inteligência que trata de dizer o contrário e o país é levado a uma guerra", disse Moore em referência à Guerra do Iraque, autorizada pelo hoje ex-presidente George W. Bush.
Quanto às promessas não cumpridas de Obama, como o fechamento do centro de detenção para suspeitos de terrorismo em Guantánamo (Cuba), assinalou que "gostaríamos que já tivesse sido feito, mas não quer dizer que não será feito".
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