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10/05/2011 - 17h02

Filhos de Bin Laden criticam ação dos EUA e sepultamento no mar

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DA FRANCE PRESSE

Os filhos de Osama bin Laden qualificaram de "inaceitável" e "humilhante" o fato de os EUA terem lançado ao mar o corpo do líder terrorista e ameaçaram levar o presidente americano, Barack Obama, à Justiça como "responsável" pelo destino de seu pai, morto em 2 de maio, em mensagem publicada nesta terça-feira pelo SITE, que monitora sites islâmicos.

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Perfil: Osama bin Laden, o homem mais procurado do planeta

"É humana e religiosamente inaceitável ver uma pessoa desse nível e dessa importância para seus parentes ter seu corpo lançando ao mar de uma forma humilhante para sua família e seus adeptos, e que fere os sentimentos de centenas de milhões de muçulmanos", afirma a mensagem assinada por Omar bin Laden.

"Consideramos o presidente Obama em pessoa legalmente responsável pelo destino de nosso pai, Osama bin Laden", indica o texto, divulgada on-line em nome dos irmãos.

"Como filho de Osama bin Laden, nos reservamos o direito" de levar os responsáveis por "esse crime à Justiça americana e internacional para esclarecer a respeito do destino de nosso pai desaparecido", acrescentou.

Os filhos do chefe da Al Qaeda criticam ainda os EUA pelo fato de Bin Laden ter sido morto quando desarmado. Segundo a mensagem, o terrorista "não foi preso e julgado num tribunal para que a verdade não fosse revelada ao mundo".

"Mortes arbitrárias não são a solução para problemas políticos", diz o texto, que critica os EUA também por não respeitar os princípios da presunção de inocência e do direito de defesa.

O comunicado faz a ressalva de que Omar bin Laden sempre foi um crítico dos métodos do seu pai. Omar, 30, viveu com o terrorista até 1999 no Afeganistão. Num livro de memórias, denunciou uma série de violências cometidas por Osama e seus pedidos insistentes para que ele revisse seus métodos de luta política.

POLÊMICA

Inimigo público número um dos EUA desde os atentados de 11 de setembro de 2001, Osama bin Laden foi morto segunda-feira, 2 de maio (horário local), na operação de um comando americano contra a residência onde estava escondido em Abbottabad, Paquistão.

A operação secreta, acompanhada em tempo real da Casa Branca, desatou uma série de polêmicas, dentre as quais o destino do corpo, jogado ao mar --segundo os EUA-- menos de 24 horas após a ação.

Os EUA disseram ter seguido os princípios do islã no tratamento do cadáver do líder terrorista. Mas religiosos contestam a versão, uma vez que os muçulmanos devem ser enterrados com a cabeça virada para Meca.

Nos dias que se seguiram à morte de Bin Laden, quase dez anos após os ataques do 11 de Setembro, revelações indicaram também que o terrorista foi morto quando se encontrava desarmado. Inicialmente, os EUA haviam dito que ele trocara tiros com os agentes americanos.

Segundo uma filha do saudita, que está sob custódia do Paquistão, seu pai já estava rendido quando levou o tiro na cabeça que o matou.

Além disso, a operação desatou um princípio de crise pelo fato de os EUA não terem avisado o Paquistão que realizariam a operação e ainda terem violado a soberania do país.

Ontem, o governo americano, alvo de críticas de Islamabad, disse não ver motivos para pedir desculpas ao aliado no combate ao terrorismo no vizinho Afeganistão.

 

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