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22/05/2011 - 14h31

Helicópteros resgatam diplomatas sitiados em embaixada no Iêmen

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O embaixador americano no Iêmen e o mediador do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) foram resgatados neste domingo de helicóptero da Embaixada dos Emirados Árabes Unidos em Sanaa. O prédio foi cercado por partidários armados do regime, que rejeitam o acordo proposto para a renúncia do ditador Ali Abdullah Saleh.

Segundo a agência de notícias France Presse, que cita um diplomata do Golfo, os dois diplomatas foram resgatados por dois helicópteros. A informação foi confirmada por testemunhas no local.

O diplomata informou à France Presse que os embaixadores do Reino Unido, da União Europeia e de monarquias do Golfo ainda se encontravam bloqueados na sede diplomática dos Emirados Árabes Unidos.

O secretário-geral do CCG, Abdellatif Zayani, e o embaixador americano teriam ido até o palácio presidencial, onde acompanharam a assinatura do acordo por membros do partido governista. O ditador Saleh, contudo, se recusou a assinar, alegando que a assinatura da oposição, feita na véspera, não foi oficial por ocorrer a portas fechadas.

Zayani foi levado em seguida a Riad, disse o porta-voz do partido de Saleh, Tarek Shami. Os ministros de Relações Exteriores dos países do CCG devem se reunir na cidade para discutir a crise no Iêmen ainda na noite deste domingo.

Ignorando a pressão diplomática internacional e da oposição, Saleh colocou novos obstáculos neste domingo para a assinatura do acordo --que prevê sua renúncia em 30 dias, em troca de imunidade.

Saleh disse em discurso televisionado neste domingo que a assinatura do acordo pela oposição "não é oficial" porque foi feita a portas fechadas, na casa de um líder do movimento. Ele pediu ainda que a assinatura seja feita em frente às câmeras de TV.

"Eu assino se a oposição vier ao palácio presidencial porque será sócia em um governo transitório. Por que não querem ajudar?", perguntou Saleh.

O partido do ditador iemenita, Partido do Congresso Popular Geral, mudou de posição neste domingo e decidiu assinar o documento. Agora, falta apenas Saleh ratificar o plano para que ele seja validado.

Saleh já recuou outras duas vezes, no último momento, de assinar o documento, embora tenha discursado por eleições presidenciais antecipadas.

O plano, elaborado com ajuda dos EUA e da UE, prevê a formação de um governo de reconciliação, com participação da oposição, a renúncia um mês mais tarde de Saleh, em troca de imunidade para ele e pessoas próximas, e a realização de eleições presidenciais em 60 dias.

Nas ruas, partidários de Saleh, armados com paus, bloquearam neste domingo as principais vias da capital que levam ao palácio presidencial, onde esta prevista a cerimônia de assinatura do acordo na presença de um emissário do CCG.

Os partidários de Saleh, que exibiam retratos de seu líder, também bloquearam com pedras a estrada que leva ao aeroporto, assim como a via que culmina na Praça Tahrir, no centro de Sanaa, onde está situada a sede do governo.

Os oposicionistas, por sua vez, se reuniram na Praça da Mudança, epicentro da contestação em Sanaa, no que se tornou a maior manifestação que a capital já conheceu para pedir a saída imediata do ditador.

O protesto dá continuidade aos três meses de manifestações pela queda de Saleh, parte da onda de revoltas que varreu o mundo árabe e derrubou os ditadores do Egito e Tunísia.

 

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