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Foto de 'mulheres de Chávez' leva a prisão
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FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS
Agentes do serviço de inteligência venezuelano mantêm detida desde anteontem a diretora do semanário "Sexto Poder", que em sua mais recente edição publicou montagem em que mulheres que ocupam altos cargos públicos aparecem como dançarinas de um cabaré chamado "revolução".
Segundo o advogado da publicação, Pedro Aranguren, a diretora, Dinorá Girón, e o editor-presidente, Leocenis García, foram acusados pelo Ministério Público de "instigação ao ódio".
Segundo o semanário, a Justiça proibiu, por medida cautelar, a edição e a distribuição de "Sexto Poder". O periódico opositor vende, segundo seus proprietários, 80 mil exemplares semanais.
Reprodução | ||
Mulheres do governo de Hugo Chávez aparecem como dançarinas de cabaré em montagem de jornal da oposição |
'MÍSTER CHÁVEZ'
Na fotomontagem, os rostos da presidente do TSJ (Tribunal Supremo de Justiça), Luisa Estela Morales, da defensora do povo (ouvidora), Gabriela Ramírez, da procuradora-geral, Luísa Ortega Díaz, aparecem colados em corpos de dançarinas.
O título do texto é "As poderosas da revolução", e se menciona um cabaré comandado por "míster Chávez".
Também fazem parte da sátira a controladora-geral, Adelina González, a presidente do CNE (Conselho Nacional Eleitoral), Tibisay Lucena, e a vice-presidente da Assembleia, Blanca Eekhout.
"Ao som da melodia de um piano, as seis mulheres divertem o público com esperados bailes de pernas ao ar, que vem e vão, e saias ondeantes que se movem ao ritmo das canções tocadas pela banda 'PSUV' [partido governista]", diz o texto.
"Não vamos permitir que nós nem nossas famílias sejam vilipendiadas ou ofendidas de nenhuma maneira", disse Morales, do TSJ. As afetadas fizeram uma manifestação de repúdio contra a publicação.
Uma sessão da Assembleia Nacional da Venezuela discutia o tema ontem.
GRAMPOS DA OPOSIÇÃO
Na Assembleia, os deputados de oposição ao chavismo pediam, em reciprocidade, a investigação do programa "La Hojilla", da TV estatal. Nas últimas semanas, o programa, e também noticiários do canal público, tem exibido gravações de conversas em que dirigentes da oposição falam mal de seus pares.
Na Venezuela, é ilegal a interceptação telefônica sem ordem da Justiça. O apresentador de "La Hojilla", Mário Silva, diz que o canal apenas exibe o que aparece no YouTube.
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