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06/09/2011 - 14h16

Leitores da Folha.com relembram onde estavam em 11/9

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DE SÃO PAULO

A Folha.com convidou seus leitores a lembrar onde estavam no dia 11 de setembro de 2001. Muitos leitores viviam nos Estados Unidos na época e lembram das cidades vazias e do sentimento de que o mundo mudara para sempre.

Um leitor conta que estava a cerca de 200 metros do World Trade Center e que ficou coberto de pó após a demolição dos prédios. Ele teve que andar 9km até conseguir uma carona para casa.

Veja abaixo as histórias dos leitores da Folha.com e se você também quiser ter sua história publicada, envie seu relato.

Cheguei a Nova York duas horas antes do atentado. Me lembro de ter me impressionado ao ver o WTC pela janela do avião. Foi minha primeira visita à cidade. Estava no hotel quando avisaram do ataque. Era uma situação de pânico. No final da tarde, saí do hotel --as ruas estavam desertas, e a cidade, silenciosa. Nos dia seguintes, havia coroas de flores espalhadas por todos os lugares.
Camilo Rocha, DJ e jornalista

Eu estava a cerca de 200 metros ao sul do World Trade Center. Enviei um e-mail a um amigo em Kiev falando que havia um incêndio no World Trade Center e, em seguida, o computador pifou. Ele pensou que eu estava morto. Eu estava coberto de pó e fui um dos milhares que correu pela ponte do Brooklyn. Andei 9 km até que eu encontrei por acaso a mulher de um amigo, que me levou para casa. A primeira ligação no celular que recebi --por três dias o telefone não funcionou-- foi de um diretor de cinema brasileiro, Rodolfo Nanni, amigo da minha mulher. Ele ficou feliz de saber que eu estava vivo.
Warren Hochbaum, 62, professor

Estava em um encontro de cientistas no Rockefeller e o que eu mais me lembro do 11/9 é de ver no horizonte a fumaça vinda das torres e de andar por ruas sem carros, mas com multidões caminhando, sempre em silêncio.
Michel Nussenzweig, 56, professor

Minha lembrança mais forte daquele dia foi quando voltei para minha casa Brooklyn e subi no telhado, onde eu tinha uma visão de Manhattan. A fumaça preta do WTC enchia o céu, o ar cheirava pneu queimado e pedaços de papel ainda estavam caindo do céu. Os dias seguintes foram preenchidos com a incerteza sobre o que fazer e como se sentir. De certa forma, este sentimento ainda está comigo.
Christopher Drago, 37, diretor de mídia digital

Arquivo pessoal
O cabo-verdiano Marcos Fonseca, 38, terminava seus estudos de jornalismo em São Paulo e preparava volta ao seu país
O cabo-verdiano Marcos Fonseca, 38, terminava seus estudos de jornalismo em São Paulo e preparava volta

Na época estava em São Paulo a preparar o regresso ao meu país, após cursar jornalismo em São Paulo. Lembro que fui na faculdade tratar de uns documentos e depois, passando pelo passando pelo centro acadêmica, ouvi no rádio que Nova York estava coberto por uma nuvem de fumaça.
Procurei a internet para inteirar do que se passava e foi então que comecei a perceber a gravidade da situação. Depois fui ver a cobertura televisiva para saber mais detalhes. Fiquei chocado ao ver imagens de pessoas em desespero e sem outra opção a se atirarem dos prédios.
Marcos Fonseca, 38, jornalista, Cabo Verde

Estava no Departamento de Importação da TAM, onde trabalhava. O Márcio, meu colega de lado, falou: "xi bateu um avião no WTC". Eu disse: "ali não pode passar avião por causa da altura dos prédios, será que tem neblina e o piloto perdeu a rota? Foi um monomotor ou um bimotor?" Ele respondeu: "ainda não sei". Não dei muita atenção, logo depois ele disse: "xi bateu outro avião", logo entrei na Internet e vi que se tratava de jatos cheio de gente a bordo e logo pensamos é terrorismo. Liguei para o meu tio em Tampa, na Flórida. Ele já estava na TV e me disse: "isso é coisa do Osama bin Laden". Acho que o mundo nunca presenciou tamanho ato de terrorismo. É realmente uma sensação de impotência.
Gilson Bailoni, São Paulo (SP)

"Dia 11 de setembro de 2001. Não tenho como esquecer! Eu estava sendo internado às 7h para me submeter a um transplante de rim no dia seguinte. Em torno das 8h50, ouço um murmúrio no quarto ao lado e uma televisão com o som mais elevado que o normal. Corri para ver o que estava acontecendo.
Minha tranquilidade se transformou em desespero ao ver aquela cena tão arrasadora.
Foi o dia todo assim. Ao aproximar-se a meia-noite do dia 11, meus pensamentos se voltaram novamente para o transplante, agora não mais tão tranquilo como antes.
Não sei se por destino ou pela negatividade que exalava no mundo inteiro, infelizmente o transplante não deu certo. Conta minha mulher que cheguei a ser desenganado pelos médicos.
Agora, neste novo 11 de setembro, minha esperança por um novo rim completará 10 anos, e embora um dia desenganado, continuo bem firme fazendo o que posso para me manter vivo.
José Gilberto Tissei, 53, aposentado, Curitiba (PR)

Arquivo pessoal
Carlos Vivaldi ouvi na rádio, enquanto dirigia pela estrada em Atlanta, que um avião havia colidido com o World Trade Center
Carlos Vivaldi ouvi na rádio, enquanto dirigia pela estrada em Atlanta, que um avião havia colidido com o World Trade Center

Eu e minha família morávamos em Atlanta, nos Estados Unidos. Começou como um dia qualquer. Estava meio frio e eu estava indo buscar meus funcionários para posicioná-los nas casas dos meus clientes para iniciar as reformas.
De repente, antes de eu entrar na I-20 em Atlanta, o DJ da FM que eu ouvia diariamente surtou: "Um desastre...Um desastre...Avião colide com as Torres em NY". Foi um choque.
Neste meio tempo, cheguei no local combinado com meu pessoal e eles estavam todos colados na TV. Não demorou nem alguns minutos e a TV alerta que um segundo avião colide com as Torres Gêmeas.
Daí em diante, os EUA mudaram, o mundo mudou e com certeza afetou a existência e inocência de todos nós.
Carlos Vivaldi, 52, e Débora Vivaldi, 42, comerciantes, Guarujá (SP)

"Morava nos Estados Unidos em uma cidade do interior bem na rota dos aviões entre Boston e Nova York. Meus filhos estavam na escola e minha mulher, trabalhando numa fábrica. Eu trabalhava na A.J.WRIGHT, empresa na qual trabalhavam 15 dos mortos no voo que iria de Boston para Chicago. Minha chefe começou a correr dentro do armazém de roupas, gritando e chorando, dizendo que os Estados Unidos estavam sendo atacados. Logo pensei num ataque nuclear. Minha cabeça foi à loucura. Não via a hora de chegar em casa e encontrar com meus filhos e minha mulher para decidir o que fazer. O espaço aéreo ficou um mudo inquietante. Rumores de ameaças de Antrax e envenenamento dos reservatório de água potável corriam a cidade. Americanos saiam enraivecidos num buzinaço geral em cima de suas pick-up com seus trabucos nas mãos em gestos de "vamos pra guerra". As igrejas tocavam em seus sinos a música "Deus salve a américa".
Depois de alguns dias as lojas e estradas começaram a ficar desertas. Shoppings inteiros às moscas. A partir dali e no ano que se seguia, tudo mudou na América. Concessionárias de carros às moscas com carros abarrotados nos pátios. Fábricas que até então com três turnos, passaram para um turno e algumas centenárias fechando suas portas. Postos de gasolina fechados. Prateleiras dos supermercados ficaram vazias nos primeiros meses. Empresas inteiras saíram da América e foram para outras partes do mundo...Ali começava a derrocada americana"
João Martins, 58, aposentado, Curitiba (PR)

Arquivo pessoal
Fernando Horta comemorava seu 17º aniversário naquele 11 de setembro e foi almoçar com a tia, que estava em choque
Fernando Horta comemorava seu 17º aniversário naquele 11 de setembro e foi almoçar com a tia, que estava em choque

Parece que foi ontem. Talvez pelo fato de ser meu 17º aniversário a memória tenha ficado mais marcada. Estava no intervalo de aulas no colégio quando começaram os rumores de que Nova York estava sendo bombardeada. Parecia conversa fiada. Saí do colégio e fui almoçar com minha tia, pela ocasião. Ela atendeu a porta atônita, branca. Entrei já imaginando que os boatos podiam ser verdade. Fiquei uns 5 minutos olhando a TV, sem falar nada, vendo as Torres Gêmeas em chamas. E a primeira delas desabando.

Já estava claro que não era um bombardeio, e sim atentado terrorista. E chegavam as notícias do avião jogado contra o Pentágono, bem como o voo 93, que foi derrubado na Pensilvânia. Na mesma hora olhamos o grande mapa dos Estados Unidos que ela tem em sua parede, onde marca as cidades que visitou. Lembro de traçarmos a rota New Jersey-Pensilvânvia e ver Washington logo abaixo no mapa. Imaginarmos que lá era o destino final.
Fernando Horta, 26, São Paulo (SP)

Arquivo pessoal
Ricardo Cunha morava em Valencia, na Venezuela e assistiu a cobertura na TV ao vivo pouco depois do primeiro ataque
Ricardo Cunha morava em Valencia, na Venezuela e assistiu a cobertura na TV ao vivo pouco depois do primeiro ataque

Morava em Valência, na Venezuela. Trabalhava numa instituição pública. Comecei a assistir a cobertura na TV, ao vivo, uns 5 minutos após o primeiro avião atingir o World Trade Center. Como muitas pessoas, percebi que o mundo nunca mais seria o mesmo. Os atentados me fizeram refletir: "De que lado estou, politicamente falando?" Daquele que prega a intolerância, escravidão, ódio à liberdade e valores ocidentais, e fundamentalismo religioso, ou daquele que se opõe ao primeiro? A escolha não foi difícil.
Ricardo Cunha, São Paulo (SP)

Arquivo pessoal
Ricardo Henrique Bastida tinha 16 anos na época e lembra que todas as lanchonetes que tinham TV estavam completamente lotados
Ricardo Henrique Bastida tinha 16 anos na época e lembra que todas as lanchonetes que tinham TV estavam lotados

"Tinha 16 anos e já trabalhava. Estava no posto da Receita Federal em São Paulo. Estava do lado de fora fumando um cigarro por volta de umas 10h40 e todas as lanchonetes e restaurantes que tinham TV estavam completamente lotados de pessoas olhando perplexas. Quando vi do que se tratava, não tive medo, mas pensei que a Justiça começara a ser feita por todo o mal que os EUA fizeram a muitos povos. Não sou a favor do que aconteceu, mas não podemos negar que os americanos provocaram esta situação. A supremacia de sua cultura um dia iria incomodar alguém. Acho que o único erro deste atentado foi os aviões terem se chocado contra alvos civis.
Ricardo Henrique Bastida, 26, São Paulo (SP)

No dia do atentado estava numa expedição científica no Arquipélago de São Pedro e São Paulo, um conjunto de ilhas remotas no meio do oceano Atlântico e a três dias de navegação de Fernando de Noronha. Como não havia televisão, celular ou algo do gênero, só ficamos sabendo do atentado dias depois, quando ouvimos uma transmissão de rádio entre navios. A princípio, não entendemos nada. Só vimos as cenas e tivemos a real dimensão da tragédia dez dias depois, quando chegamos em Noronha.
Carlos Teixeira, Salvador (BA)

Arquivo pessoal
Anderson Aparecido Rosa abriu o site da Folha para ver o que estava acontecendo nos Estados Unidos
Anderson Aparecido Rosa abriu o site da Folha para ver o que estava acontecendo nos Estados Unidos

Estava trabalhando, acabando de redigir uma declaração para mais uma das bancas do mestrado em fisioterapia, do qual eu era secretário na época. Lembro-me que estava bem quente e eu levantava para tomar água quando minha amiga Mônica recebeu a ligação de seu filho dizendo o que aconteceu. Imediatamente, abri o site da Folha para acompanhar o caso. Logo em seguida, a outra torre foi atingida, não pude acreditar. Desci dos dois andares e imediatamente fui acompanhar nos televisores do pátio do campus, onde meus olhos podiam confirmar o que não queria acreditar.
Anderson Aparecido Rosa, 32, coordenador de curso superior, Uberlândia (MG)

Neste fatídico dia eu recebi uma chamada mais ou menos 3 minutos depois do primeiro atentado de meu amigo Valmir, que me chamava para dar a triste notícia. Eu estava dirigindo uma van na I-4 em Orlando, voltando da Disney e indo para a Universal Studios. Naquele momento eu estava transportando uns 7 ou 8 turistas.
Imediatamente sintonizei o rádio da van na emissora local e pude, incrédulo, ouvir o que estava acontecendo. Parei a van no acostamento da I-4 para poder entender exatamente o que era tudo aquilo. Todos nós, naquele momento, dentro daquela van, simplesmente não acreditávamos no que estávamos ouvindo. Alguns turistas choravam, outros diziam que não era verdade, etc.
Daí para frente, foi uma expectativa muito grande porque uma das grandes possibilidades era que algum avião poderia atingir algum parque da Disney, Universal Studios ou Sea World.
Foi um dia muito triste que jamais vou esquecer.
Sidnei Francisco

Arquivo pessoal
No 11 de setembro, Caroline Fonseca estava quando soube que algo havia acontecido nos Estados Unidos
No 11 de setembro, Caroline Fonseca estava quando soube que algo havia acontecido nos Estados Unidos

Em 2001, tinha 15 anos e estava no 1° série do Ensino Médio. No dia em questão, estava na escola, onde comentaram que algo havia acontecido nos Estados Unidos. Mas até aí não sabia o que era ou a extensão do ocorrido. Foi somente ao chegar em casa, às 12h, que pude me deparar com a monstruosidade do que tinha acontecido, com as imagens e depoimentos. Fiquei tão chocada que não sabia nem o que falar, fiquei muda, nem acreditava que tinha acontecido, parecia mais um filme de terror.
Caroline Fonseca, Santos (SP)

Arquivo pessoal
Renate Landshoff era gerente de documentação em um escritório de advocacia com filial em Nova York
Renate Landshoff era gerente de documentação em um escritório de advocacia com filial em Nova York

Eu era gerente de documentação em um escritório de advocacia com filial em Nova York. Como responsável em monitorar um sistema de informação on-line, era a primeira pessoa a receber as notícias e responsável por enviar às áreas de interesse. Normalmente eram notícias políticas e/ou econômicas.
Quando li a mensagem do ataque à primeira torre, fiquei paralisada e incrédula. No primeiro momento não soube o que fazer. Em seguida, tremendo, passei para todos por email e no minuto seguinte o escritório todo estava comovido com a noticia. Após o segundo ataque, todos estavam tão desnorteados que começaram a ir embora para casa, aparentemente o lugar mais seguro para se estar naquele momento. E assim fiz eu. Cheguei em casa completamente tonta e passei o resto do dia em frente à TV tentando entender o que tinha acontecido.
Renate Landshoff, São Paulo (SP)

Eu estava em um voo da Virgin Atlantic de Londres para Barbados quando, no meio do voo, o piloto anunciou que dois aviões comerciais haviam acabado de destruir os prédios do WTC em Nova York. Ele disse que não sabia se teríamos que voltar, porque o espaço aéreo de Barbados poderia fechar a qualquer momento. O silêncio no avião foi absoluto. Uma meia hora depois o piloto voltou a anunciar que o Pentágono também tinha sido atingido por um avião. Foram as quatro horas mais tensas da minha vida. Todo mundo no avião pensando em todo tipo de tragédia embora ninguém dizia absolutamente nada. Finalmente quando chegamos perto de Barbados pude ver lá de cima todas as ruas e praias vazias. O aeroporto estava completamente vazio pois nosso voo foi o ultimo a pousar. Passei os três dias seguintes grudada na televisão!
Lidia Luther, Barbados

Arquivo pessoal
Lucas Borrione estava no segundo ano de medicina em Recife; quando acordou de manhã, soube por sua mãe do ataque
Lucas Borrione estava no segundo ano de medicina em Recife; quando acordou de manhã, soube por sua mãe

Na época, estava no segundo ano de medicina em Recife. Minha faculdade estava em greve e eu tinha aproveitado para participar em um curso informal de cinema. Quando acordei de manhã, minha mãe dizia: "venha ver o que está acontecendo, atacaram as Torres Gêmeas". Na verdade, elas já tinham sucumbido. Na hora, tive a certeza imediata que o mundo havia mudado para sempre. Fiquei aterrorizado com as pessoas pulando dos edifícios. Da janela do meu quarto, via os banhistas na praia, alheios a tudo. E eu, como tantos outros, tentando encontrar sentido no meio do caos que via na TV. O mesmo sol que brilhava sobre Recife e Nova York naquele dia iluminava dois cenários completamente distintos.
Lucas Borrione, São Paulo (SP)

Na época, morava e trabalhava no Japão. Então, pelo fuso, eram um pouco mais de 22h. Estava no meu notebook e com a TV ligada. Para ver se tinha algum filme interessante, percorri vários canais e parei no canal NHK, que estava mostrando um arranha céu atingido por um avião e com incêndio. Apesar de entender bem a língua japonesa, a principio imaginei que era um filme de ficção.
Passado uns segundos, a câmera começou a mostrar um outro avião que sobrevoava em círculo a mesma área. Jamais iria imaginar que ele se preparava para mergulhar contra o mesmo prédio, mas aconteceu, fiquei incrédulo! Não consegui dormi naquela noite.
Luiz Masayuki Narita, Salvador (BA)

 

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