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Irã se diz disposto a examinar acusações de complô dos EUA
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O governo do Irã está disposto a examinar as acusações dos Estados Unidos que envolvem Teerã em um complô para assassinar o embaixador saudita em Washington, afirmou nesta segunda-feira o chanceler iraniano, Ali Akbar Salehi.
"Estamos dispostos a examinar esta questão com serenidade, apesar de ter sido criada de maneira artificial, e pedimos aos EUA que nos forneçam as informações sobre o caso", disse Salehi.
O ministro voltou a afirmar que o Irã pediu aos americanos informações sobre as pessoas envolvidas "para identificar seu passado e examinar o caso", mas, segundo ele, as acusações de Washington não têm uma base sólida e apontam para a "criação de uma história" para aumentar a pressão sobre Teerã.
Atta Kenare - 30.jan.2011/AFP |
O ministro iraniano das Relações Exteriores, Ali Akbar Salehi |
Após a acusação de armar um complô contra o embaixador saudita, os EUA pressionam ainda os inspetores da ONU (Organização das Nações Unidas) a liberar informações mostrando que o Irã faz experimentos com armas e tecnologias nucleares. A informação foi publicada no site do jornal americano "The New York Times" no sábado (15).
Com a ação, afirma o jornal, Barack Obama faz um esforço para isolar ainda mais o país e aumentar a pressão sobre a possibilidade do complô, noticiada nesta semana.
SUPOSTO COMPLÔ
No dia 11, os EUA desbarataram um suposto complô para matar o embaixador da Arábia Saudita em Washington. O procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, anunciou que havia acusado dois cidadãos iranianos de terem armado o plano "concebido, organizado e dirigido" pelo Irã, e advertiu ao país que haverá consequências.
O suposto complô incluía detonar uma bomba em um restaurante que o diplomata frequentava, com a eventual morte de inúmeros civis inocentes.
Na quinta-feira, o presidente americano, Barack Obama, disse que a conspiração é "indiscutivelmente atribuída ao Irã" e enviou equipes de diplomatas à Rússia, China e Turquia para abordarem o caso com as autoridades destes países.
Teerã rejeitou as acusações e denunciou uma manipulação destinada a dividir os países muçulmanos, proteger Israel e isolar ainda mais o Irã, contra o qual já são aplicadas sanções internacionais por seus controversos programas nuclear e balístico.
REAÇÃO IRANIANA
Salehi advertiu na quarta-feira (12) os Estados Unidos para qualquer tentativa de "confronto" com o Irã no caso do suposto complô contra o embaixador saudita em Washington.
"Não queremos o enfrentamento, mas se [os Estados Unidos] nos impuserem, as consequências serão mais duras para eles" do que para o Irã, declarou Salehi.
O ministro havia criticado a "encenação dramática" feita pelas autoridades americanas e pela imprensa sobre a revelação do suposto comando iraniano, acusando-o de ter "apresentado as coisas como se tivesse havido uma explosão nuclear".
Na terça-feira, o representante permanente do Irã na ONU, Mohammad Khazaee, afirmou que estava "chocado em ouvir uma mentira tão grande" e considerou um "insulto ao senso comum" a sucessão de eventos anunciada pelas autoridades americanas.
"O Irã sempre condenou o terrorismo, sob todas as formas e manifestações", e é uma vítima. "Um claro exemplo disto é o recente assassinato de vários cientistas nucleares [iranianos] por parte do regime sionista, apoiado pelos Estados Unidos", escreveu em carta enviada ao secretário-geral, Ban Ki-moon.
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