Tribunal teme que filho de Gaddafi possa escapar da Justiça

O Tribunal Penal Internacional informou neste sábado que Saif al-Islam Gaddafi estava em contato através de intermediários para negociar uma rendição para que ele possa ser julgado, mas também tinha informações de que mercenários estariam tentando levá-lo até um país africano amigo.

Representantes do governo e do Exército dos EUA tiveram reuniões para falar de segurança, com as autoridades locais de Agadez, no país vizinho Níger, que tem sido uma rota de fuga para outros fugitivos as Líbia, incluindo outro filho de Muammar Gaddafi, Saadi. Um repórter da Reuters viu um avião militar dos EUA no aeroporto de Agadez.

Uma alta autoridade regional de Agadez se recusou a dizer qual era o assunto das conversações com os americanos, mas falou sobre os planos de fuga de Saif al-Islam e do ex-chefe da inteligência da Líbia, Abdullah al-Senussi, os dois procurados pelo TPI por crimes contra a humanidade.

"Senussi está sendo levado de Mali, em direção a um país não signatário da Convenção de Haia. Tenho certeza que os dois (Senussi e Saif al-Islam) serão removidos de avião, um de Mali e outro de Níger," disse a autoridade, que pediu para não ser identificado.

Ele disse que existiam pelo menos dez pistas de pouso no norte do Níger, perto da fronteira da Líbia, que poderiam ter sido usadas para retirar Saif al-Islam do país.

No entanto, um membro do parlamento do norte de Mali, Ibrahim Assaleh Ag Mohammed negou que Senussi ou Saif al-Islam estivessem no seu país e disse que eles não teriam sido recebidos, se tivessem tentado entrar.

A chegada da delegação dos EUA aconteceu em seguida às observações de Mohamed Anako, presidente da região de Agadez, que disse que ele daria refúgio a Saif al-Islam. "A Líbia e o Níger são países irmãos e primos... portanto, vamos dar-lhe as boas vindas," ele disse.