Eis a boa e velha história: o Mocotó fica superafastado do burburinho convencional, lá nas bordas da região norte, mas atrai religiosamente uma clientela de tudo quanto é canto, disposta a "peregrinar" até lá por uma caipirinha de fruta nativa (imagina a Maria Bonita, com cajá, caju, maracujá, folhas de hortelã e cachaça), por um dadinho de tapioca e queijo de coalho, que ali fez fama e cruzou a cidade, por um torresmo de superfície crocante e bem carnudo.
Rodrigo Oliveira assumiu a casa que o pai, seu Zé Almeida, abriu na década de 1970, e ainda hoje conserva uma alma simples e hospitaleira. Ali, ele faz uma ode à cozinha do sertão nordestino e dá um tratamento técnico apurado a pratos como o escondidinho de carne-seca, o baião de dois e o atolado de bode. Neste preparo, a carne de cabrito é cozida e braseada com mandioca, tomate-cereja, azeitonas verdes, cebolinha e abóbora. Para fechar os trabalhos, são clássicos o pudim de tapioca e o sorvete de rapadura com calda de catuaba.
*
Mocotó. Av. Nossa Senhora do Loreto, 1.100, Vila Medeiros, tel. 2951-3056.