Carlo viajou da Itália para o Brasil em 1948, trazendo na mala uma preciosa receita.
Assim de supetão, pelo primeiro nome, você pode pensar que não o conhece.
Mas, principalmente no mês de dezembro, suas histórias —contadas em reclames natalinos emotivos— não saem da TV.
Ele é Carlo Bauducco (1906-1972), um representante comercial natural de Turim que veio ao país cobrar uma dívida e viu aqui a possibilidade de fazer negócios vendendo o tradicional panetone italiano.
Em 1952, ao lado da mulher, dona Margherita, e do filho, Luigi, abriu a primeira loja da família —a Bauducco—, no Brás.
O pão doce com frutas cristalizadas e uvas-passas fez um sucesso tão grande que serviu de abre-alas para um sem-número de produtos da marca, reconhecidos pelas embalagens amarelinhas com um detalhe em vermelho.
Fora do pacote, é o sabor de aconchego —de lanche da escola, das tardes de férias ou de um café da manhã caprichado— que não sai da memória do consumidor.
Tanto que a marca foi a mais citada como a melhor nas categorias de torradas e biscoitos em pesquisa realizada pelo Datafolha.
A trajetória da empresa é contada em filmes publicitários desde 1997 pelo mesmo ator, Carlo Briani, xará e conterrâneo do fundador da companhia. Ele, que vive nas telas o senhor Bauducco, brinca que não é mais o garoto de antes. "Já virei o tio-propaganda", conta.