O italiano Luis Ferruccio Cetto já era um experiente produtor de vinhos quando, em 1947, quis explorar as uvas na Cidade do México. Mas a Del Valle, empresa que fundou, não tinha nada de bebidas alcoólicas. A ideia era fazer o suco direto da fruta.
Com os produtos sendo bem recebidos pelo público, o México ficou pequeno para a marca. No começo da década de 1990, ela chegou aos Estados Unidos e, em 1997, ao Brasil, primeiro importando o líquido e, depois, abrindo uma fábrica própria em Americana, no interior paulista.
Cetto não comandava mais a empresa quando, em 2006, ela foi adquirida pela Coca-Cola. A multinacional queria ampliar seu portfólio de produtos mais saudáveis, pois já percebia a rejeição que os refrigerantes começavam a enfrentar.
Se em 2010 cada brasileiro tomava em média 89 litros de refrigerante por ano, o número caiu para 75 litros em 2015. Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas.
Os sucos seguiram no caminho oposto e seu consumo cresceu no mesmo período. Mas nem mesmo eles escaparam do escrutínio nutricional. As reclamações eram muitas: a quantidade de açúcar ainda era alta e havia pouco suco natural nas bebidas.
Ciente dos problemas, a Del Valle mudou suas fórmulas. Na linha Néctar, por exemplo, há 40% de fruta na composição das bebidas. Para adoçá-las, é usado suco de maçã.
A marca segue apostando em bebidas mais saudáveis, ampliando a linha 100% Suco para ser vendida também em garrafa pet (300 ml). Segundo a empresa, é para atrair um público mais adulto e que busca maior praticidade no café da manhã e no lanche da tarde.