É sexta à noite na rua Augusta, em São Paulo. Legiões de jovens maiores de idade (espera-se) entornam garrafas de vodca colorida com sabores como kiwi e mirtilo, oferecidas a R$ 15 em todo e qualquer boteco.
A marca de vodca mais vendida do mundo não ignorou essa cena. Ela, que é a preferida de 30% dos paulistanos das classes A e B que costumam cozinhar entrevistados neste ano pelo Datafolha, se esforça para entrar no gosto dos jovens adultos. A ideia é oferecer destilados com sabor, prontos para beber.
"Nosso trabalho nos últimos três anos tem muito a ver com a reconquista da rua", diz Álvaro Garcia, diretor de marketing da Diageo, grupo que tem a Smirnoff no portfólio. Para isso, a marca promove festivais de música e corre atrás da tendência.
"O jovem está saindo da balada tradicional e indo para a rua", continua o diretor. "A bebida tem de ir junto."
Em meio a essa mudança, a marca voltou-se para a praticidade. Alguns meses atrás, o Brasil foi o primeiro país do mundo a vender Smirnoff em caixa estilo Tetra Pak —aquele tipo de embalagem tão usado para a venda de sucos, por exemplo.
Chamada Smirnoff X1, a mistura tem três versões, com sabores simples, como morango com limão, e nomes pomposos em inglês, como "Strawberry Lime".
E parece que deu certo. As caixinhas de vodca, de acordo com a marca, já representam 5% do mercado da aguinha russa em território nacional. "Vamos continuar inovando", diz o executivo.