Espaço de economia solidária, Instituto Chão leva cliente para mais perto do produtor
MELHOR MAIS PERTO DO PRODUTOR - JÚRI
Tem cara de mercearia, cheiro de mercearia, caixa de mercearia, frutas e legumes, mas não é uma mercearia. Ou não é só uma. "Primeiramente, Fora Temer", diz o cartaz. "Segundamente, pague em dinheiro ou débito. O fluxo de caixa agradece." É o Instituto Chão.
As 24 pessoas que fazem a gestão do negócio o denominam um "espaço de convivência e de economia solidária. O instituto é um coletivo que vende produtos pelo preço de custo e sugere que se agregue uma taxa ao valor da compra para custear o projeto.
A cada R$ 1, explica outro cartaz, o cliente é estimulado a contribuir com R$ 0,35. O Instituto Chão oferece uma farta gama de orgânicos, todos comprados de produtores e revendidos por um preço mais justo.
Cartazes indicam os nomes das cooperativas que estão entre os fornecedores. Há desde grupos menores, como a Cooperativa de Agricultura Orgânica de Parelheiros, bairro da zona sul, fundada por 27 produtores, até a Rede de Agroecologia Ecovida, que atua em 352 municípios da região Sul do país e repassa itens de mais de quatro mil famílias.
O local tem ainda uma área reservada a produtos mais naturebas: farelos integrais, castanhas e óleos. Por R$ 4,50, pode-se levar uma muda de árvore. Até cerveja artesanal por um preço mais camarada se encontra.
Gastos e ganhos são expostos em uma lousa acima do caixa. Estão lá desde custos com os salários até os com frete, perdas ou furtos. O cliente não é obrigado a pagar a taxa de 35% sobre o valor da compra.
Essa é a lógica do negócio: paga quem pode ajudar o lugar a continuar oferecendo produtos mais baratos para todos.
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Instituto Chão
R. Harmonia, 123, Vila Madalena, tel. 3530-0907