Com a crise, os brasileiros mudaram os hábitos na hora das compras. A conveniência e o conforto dos supermercados têm dado lugar à busca pelos produtos com menor preço. Uma clara vantagem para os atacadistas, que oferecem economia média de 13%, segundo a consultoria Nielsen.
Nesse cenário, grandes redes, como a Assaí —que vendem para pequenos e médios comerciantes e também para o consumidor final— conquistaram novos clientes. O grupo foi o mais citado pelos paulistanos das classes A e B como melhor atacadista da cidade, com 29% das menções.
Na zona leste, a preferência é de 35%. A origem, na Vila Carrão, em 1974, ajuda a explicar essa afinidade. Hoje, a rede tem 106 unidades em 16 Estados, mais de 120 milhões de clientes por ano e 7.000 itens à venda.
"Um dos atrativos é a política de dois preços: a partir de uma pequena quantidade do produto já é possível pagar o valor de atacado. Temos observado um movimento maior de consumidores em nossas lojas para fazer suas compras abastecedoras", destaca Belmiro Gomes, presidente da Assaí Atacadista.
Em 2016, a rede vendeu R$ 15,7 bilhões, um aumento de 39,2% em relação ao ano anterior. O desempenho alavancou o GPA (Grupo Pão de Açúcar), do qual faz parte desde 2007. A Assaí representa 38% do faturamento.
De olho no sucesso do atacadista, o GPA está convertendo lojas Hiper Extra em Assaí. Duas já ganharam a bandeira. Mais 15 serão convertidas até dezembro. Até oito novas unidades serão construídas.
A marca Assaí, que significa sol nascente em japonês, foi criada para homenagear os primeiros clientes, comerciantes orientais que buscavam produtos para abastecer suas pastelarias. Mais de 40 anos depois, o horizonte não poderia estar mais iluminado.
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Assaí
Fundação: 1974
Unidades: 106 (22 delas na capital paulista)
assai.com.br
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Belmiro Gomes, presidente da Assaí Atacadista
Por que a operação de 'atacarejo' [lojas que vendem no atacado e no varejo] da Assaí tem puxado a receita do Grupo Pão de Açúcar?
Um dos fatores é a assertividade do negócio e a adequação aos diversos públicos. Segundo a consultoria Nielsen, cerca de 10 milhões de famílias migraram dos supermercados e hipermercados para fazer suas compras em lojas de "atacarejo", atraídos principalmente pelo preço.