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13/08/2012 - 03h30

Editorial: Clubes endividados

Salta aos olhos, há anos, o mau desempenho financeiro de boa parte dos clubes de futebol do país, endividados e geridos de modo amadorístico, quando não temerário.

Os problemas parecem ainda longe de ser resolvidos, reitera estudo realizado por dois técnicos do BNDES. O trabalho "A Gestão de Clubes de Futebol - Regulação, Modernização e Desafios para o Esporte Brasileiro" faz um diagnóstico preocupante.

Dados da empresa BDO RCS Auditores Independentes, especializada em gestão de futebol, indicam que o endividamento conjunto de 20 dos maiores clubes foi de
R$ 2,04 bilhões, em 2007, a R$ 3,86 bilhões, em 2011 (aumento de 89%).

Cerca de metade dos compromissos se refere a tributos federais. O tema já suscitou a criação de um dispositivo para equacionar os débitos, por meio do recurso criticável a uma nova loteria, a Timemania, mas os resultados são pífios.

Diante desse cenário, os responsáveis pelo estudo propõem uma Lei de Responsabilidade Esportiva, inspirada na Lei de Responsabilidade Fiscal, que estipula limites de gastos e sanções para governantes perdulários. No caso esportivo, a norma obrigaria clubes a implementar mecanismos de gestão e controle para sanear suas contas.

A ideia foi em parte contemplada em leis propostas no governo Fernando Henrique Cardoso e sancionadas no de Luiz Inácio Lula da Silva. A principal é a lei 10.672/2003, que aumenta a transparência e prescreve sanções para dirigentes.

Ocorre que o texto foi posteriormente amainado, de modo a dificultar as punições. Ademais, são raras as condenações de cartolas.

Prevalece, na prática, o modelo arcaico de associações recreativas de bairro num mundo em que o esporte se tornou fatia bilionária da indústria do entretenimento.

O aspecto fundamental é transformar os clubes ou seus departamentos de futebol em empresas. É o que sugerem os autores do estudo. E é a isso que resiste a chamada "bancada da bola" no Congresso.

Em se tratando de atividade econômica, é justamente sob esse regime que o futebol deve ser administrado e fiscalizado. O esporte mais importante do país precisa contar com mais profissionalização, dentro e fora do campo.

 

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