Sou totalmente contra a possibilidade de uma atleta transexual participar de competição feminina por um motivo simples: genética.
Considero transexual qualquer indivíduo cuja identidade de gênero difere daquela designada no nascimento. Essas mudanças podem ser provocadas por tratamento hormonal, sem a necessidade de alterações cirúrgicas. Essa é minha opinião.
Quero deixar bem claro que não sou contra a jogadora Tifanny Abreu ou qualquer outra atleta transexual disputarem a Superliga de vôlei. Ela não está infringindo nenhuma lei, pois uma resolução de 2015 do Comitê Olímpico Internacional já autorizava a participação em jogos femininos, mesmo sem a mudança de sexo por cirurgia.
Considero equivocada, entretanto, a legislação que permite tal possibilidade. Temos que debater o assunto e, se for o caso, mudar esse entendimento.
Minha justificativa baseia-se na premissa de que o que coloca Tifanny em quadra não é a cirurgia que fez, mas sim o nível de testosterona que ela produz.
Pois bem, se a questão é essa, podemos fazer um exercício hipotético: qualquer homem que esteja disposto a ter seu nível de testosterona reduzido (o que pode ser feito quimicamente através de injeções), pode jogar a Superliga. Basta se declarar transexual.
Dessa forma, pela legislação atual, corremos o risco hipotético de ter uma equipe inteira de indivíduos que nasceram homens jogando uma competição feminina.
O assunto é delicado, mas precisa ser amplamente discutido. O movimento LGBT luta há décadas por direitos iguais e uma sociedade mais igualitária e justa.
O movimento vem ganhando bastante espaço na sociedade moderna e conquistado avanços na área civil. Outro ponto importante é a conscientização da sociedade de que há outras opções sexuais além da classificação de masculino e feminino.
Essa luta legítima por igualdade, todavia, não deve favorecer um gênero em detrimento de outro. Um indivíduo que nasceu homem sempre terá vantagens físicas em relação a um que nasceu mulher. São as leis da genética.
Apesar de me opor totalmente a atletas transexuais competirem na Superliga feminina, não quero marginalizar e ser excludente. Acredito que já passa da hora de reconhecermos um terceiro gênero no esporte.
Sou a favor de criarmos uma nova categoria na Superliga, a LGBT, com regras próprias, altura de rede compatível e adaptações à nova realidade.
Dessa forma, não iríamos excluir ninguém e toda a comunidade LGBT teria o direito de participar da maior competição interclubes da modalidade no Brasil.
As diferenças entre as atletas transexuais e as femininas estão claras e visíveis a todos. As vantagens físicas das primeiras sobre as segundas são evidentes.
Acredito que o mais justo para todos é reconhecermos o terceiro gênero e uma das formas de concretizar essa nova visão é criar uma categoria específica.
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