Recentemente, o comércio internacional tem sido bastante nublado. Os EUA tentaram sobretaxar o aço e o alumínio sob a alegação de "segurança nacional" e, logo a seguir, acenaram com medidas restritivas contra produtos chineses sob o pretexto de propriedade intelectual.
Ao caprichar no "big stick" (grande porrete), sua política de protecionismo comercial está provocando forte espanto e preocupação na comunidade internacional.
O protecionismo ameaça abalar a base do sistema internacional do comércio. Sem regra, sem jogo. O desenvolvimento acelerado do comércio exterior nos últimos anos, de enormes benefícios a todos os países, é, em boa parte, explicado pelo bom funcionamento do sistema multilateral baseado em regras.
Ora restringir importação em nome da tal "segurança nacional", ora ressuscitar a seção 301 do Trade Act de 1974, são práticas unilaterais que desprezam as regras da OMC e ignoram as regras básicas e o espírito do comércio internacional.
Se todos os grandes países simplesmente abandonassem as regras internacionais e se recorressem facilmente à investigação unilateral, ou elevassem tarifas sempre de acordo com as suas próprias conveniências, não seria provável que o comércio internacional passasse a se reger pela "lei da selva"?
Como disse o diretor-geral da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo, a ação unilateral pode levar a guerras comerciais, em que não há vencedores.
O protecionismo comercial já se tornou um fator crítico que pode desencadear riscos na economia global.
Ao rever a história da economia mundial desde a Grande Depressão, podemos ver que o comércio é como o sangue da economia que afeta diretamente a sua saúde.
Vivemos agora uma onda protecionista com toda a força. Se a comunidade internacional cruzar os braços perante essa "contracorrente", a barragem das regras do comércio internacional entrará em colapso, e os flagelos da guerra comercial poderão esmagar as cadeias industriais e de valor, prejudicando a recuperação da economia global.
Recordando as mais de cem investigações sob a seção 301 iniciadas pelos Estados Unidos desde os anos 1970, podemos ver que todos os países, incluindo a China e o Brasil, foram vitimados.
Embora haja um grande déficit comercial dos EUA com a China, deve-se notar que isso é determinado, por um lado, pela divisão do trabalho dos dois países no sistema global de comércio e, por outro lado, pela globalização industrial. O protecionismo unilateral atira em si mesmo e nos outros. A China está comprometida a solucionar as divergências e fricções do comércio por diálogo e negociações, e a porta está sempre aberta. Ao mesmo tempo, também tem confiança e capacidade para salvaguardar seus direitos e interesses legítimos.
A porta da abertura chinesa não será fechada, mas sim estará cada vez maior. Um exemplo disso é a primeira Exposição Internacional de Importação da China, que será realizada em Xangai em novembro. A iniciativa voluntária abrirá ainda mais o grande mercado de 1,3 bilhão de pessoas para o mundo, mostrando nossa forte determinação em apoiar a liberalização do comércio e a globalização econômica.
Sendo os maiores países emergentes respectivamente dos hemisférios oriental e ocidental, China e Brasil são ambos beneficiários de livre comércio e defensores firmes do sistema multilateral de comércio. No ano passado, o volume comercial entre os dois países aumentou cerca de 30%, atingindo US$ 87,5 bilhões, o que injetou vigor ao crescimento econômico de ambos.
Perante as crescentes ameaças de fricção comercial internacional, a China está disposta a trabalhar com o Brasil e outros países que valorizem os mesmos ideais e sigam os mesmos caminhos para se oporem conjuntamente ao protecionismo, a fim de manter o sistema multilateral e promover o desenvolvimento dos dois países e do mundo.
Li Jinzhang: A guerra comercial não tem vencedor
Ao caprichar no 'big stick', a política protecionista dos EUA provoca espanto na comunidade internacional; a porta chinesa não se fechará
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