O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin e sua incômoda criatura, o ex-prefeito da capital João Doria, ambos do PSDB, lançam suas candidaturas —à Presidência da República e ao governo do estado, respectivamente— e deixam suas administrações em meio a avaliações de mornas a sofríveis.
Segundo pesquisa Datafolha, Alckmin tem aprovação de 36% dos eleitores, enquanto 40% classificam sua gestão como regular, e 22%, como ruim ou péssima.
Já Doria enfrenta opiniões mais contundentes. Seu desempenho foi reprovado por 47% dos paulistanos e aprovado por apenas 18%. Somam 34% os que avaliam como regular sua meteórica passagem pela prefeitura, num período de apenas um ano e três meses.
Não obstante, o ex-prefeito larga para disputa estadual em condições mais favoráveis que as do ex-governador no cenário nacional —embora a comparação seja desequilibrada, uma vez que é antigo o domínio do PSDB em São Paulo, onde a competição é muito menos acirrada que no plano federal.
Doria é o primeiro colocado nos dois cenários considerados pelo Datafolha. No primeiro, obtém 29% das intenções de voto, seguido por Paulo Skaf (MDB), com 20%. O atual governador, Márcio França (PSB), surge com 8%, empatado com o petista Luiz Marinho, ex-prefeito de São Bernardo do Campo, que reúne 7%.
Sem Skaf, as intenções de voto em Doria sobem para 36%, enquanto França (10%) e Marinho (9%) permanecem empatados.
Os números a favor do ex-prefeito devem-se à sua imagem fora da capital, uma vez que, entre os moradores da cidade, 49% dizem que não votariam nele de jeito nenhum. No interior, 25% se manifestam desse modo.
Já o ex-governador permanece, como se sabe, em situação pouco animadora na disputa por intenções de voto para a Presidência, oscilando entre 6% e 8% no levantamento mais recente.
Em que pese ter mais lastro que Doria e um histórico conhecido como governante, Alckmin sofre em seu reduto. Vai para o pleito em condições piores do que as de 2006, quando tinha aprovação de 66% dos eleitores paulistas.
Hoje, um percentual semelhante (64%) entende que o tucano realizou menos do que o esperado. Não por acaso, ele aparece em empate técnico, no estado, com Jair Bolsonaro (PSL) —ambos têm 16%— e Marina Silva (13%).
Não é demais lembrar que, em termos de resultados eleitorais, as sondagens a essa altura da disputa estão muito longe de sugerir um desenho mais definido. É certo, porém, que os dois tucanos caminham para ela com fragilidades importantes em suas bases.
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