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H. Philip Schneider: Suíça fortalecendo parcerias com Mercosul

Um eventual acordo do bloco sul-americano com a EFTA (associação de países europeus do qual faz parte a Suíça) pode dinamizar ainda mais essa relação

Duas janelas redondas e grandes em um corredor mostram as máquinas da fábrica da Nestlé. O corredor tem iluminação quente e espaçada, dando destaque à fábrica
Vista da fábrica da multinacional suíça Nestlé em Caçapava (SP) - André Faccioli/Divulgação

Desde 2017, estamos vendo o Brasil paulatinamente recobrando o curso do crescimento econômico, com indicativos de retomada e fortalecimento da economia e, por consequência, das relações comerciais internacionais. Nas observações do Fundo Monetário Internacional (FMI), “é o crescimento de volta”. 

Neste cenário econômico mais otimista, o Brasil receberá, nos próximos dias, a delegação oficial e empresarial liderada pelo conselheiro federal Johan Schneider-Ammann, responsável pela pasta de Assuntos Econômicos, Educação e Pesquisa da Suíça.

Dentre outros objetivos da visita, está a ampliação da interlocução do processo de negociações comerciais entre o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA, na sigla em inglês), composto pelas nações da Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça. 

As negociações entre os dois blocos têm ampla abrangência e incluem o comércio de produtos agrícolas, agroprocessados, pesqueiros e industriais, comércio de serviços e a abertura recíproca de mercados de compras governamentais.

Nesse sentido, um eventual acordo Mercosul-EFTA obrigará a elevar o nível de conduta comercial quanto às regras de origem, medidas sanitárias e fitossanitárias, normas técnicas, defesa da concorrência, investimentos e propriedade intelectual. 
 
Relatório da EFTA aponta que em 2017 o comércio entre os países do bloco e o Brasil totalizou € 4,2 bilhões (algo em torno de R$ 17,7 bilhões). Somente entre Suíça e Brasil, foram mais de € 2,5 bilhões (R$ 10,5 bilhões). Dados fornecidos pela administração aduaneira suíça indicam ter havido em 2017, comparado com 2016, um incremento de 16,7% no volume das exportações para o Brasil.
 
Já as exportações brasileiras tiveram um aumento de 25% para o mês de dezembro de 2017, com tendência de curva de crescimento confirmada nos primeiros meses de 2018. Os produtos nacionais mais exportados para os suíços são produtos químicos, alimentícios, café, frutos, sementes, entre outros.

Portanto, a visita da delegação vem em um momento de verdadeira ascensão nas relações comerciais entre o Brasil e a Suíça. 

Esse crescimento não se dá apenas nas relações entre ambos os lados, mas se reflete também nas empresas suíças no Brasil.

Presentes no país em vários mercados, com atuações muito diversas, essas empresas, de uma forma geral, vêm investindo na região e atuando sempre em busca do melhor para seus respectivos clientes. Dessa maneira, ajudam o Brasil a seguir no rumo certo e gerar empregos para a população. 

Acreditando no potencial do Tratado de Livre Comércio entre os dois Blocos, a Swisscam (Câmara de Comércio Suíço-Brasileira) e seus associados acompanharão as visitas da delegação suíça, prestando todo e qualquer apoio necessário ao processo de ampliação das nossas relações comerciais.

A negociação multilateral do Tratado de Livre Comércio entre o Mercosul e a EFTA representa o marco de um novo e próspero ciclo no comércio internacional entre os dois blocos, e, em virtude da posição de destaque do Brasil no Mercosul, naturalmente impulsionará ainda mais as relações comerciais entre Suíça e Brasil.

H. Philip Schneider

É presidente da Câmara de Comércio Suíço-Brasileira

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