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Árbitro assistente de vídeo vem se revelando útil para evitar falhas graves

O árbitro Joel Aguilar consulta imagem e marca pênalti a favor da Suécia em partida contra a Coreia do Sul, na Rússia
O árbitro Joel Aguilar consulta imagem e marca pênalti a favor da Suécia em partida contra a Coreia do Sul, na Rússia - Carlos Barria/Reuters

A Copa da Rússia apresentou ao público mais uma estrela do espetáculo: o VAR, sigla em inglês para “video assistant referee”, ou árbitro assistente de vídeo.

Já antigas, as críticas às resistências da Fifa, autoridade máxima da modalidade, em utilizar recursos tecnológicos para dirimir dúvidas durante a partida se tornaram mais insistentes com a evolução das transmissões televisas e a adoção de imagens em outros esportes, como o basquete e o vôlei. 

No futebol, um primeiro passo foi dado na Copa de 2014, quando implantou-se um dispositivo eletrônico capaz de esclarecer se a bola teria ou não cruzado a linha de gol. 

Depois de algumas experiências com câmeras, a Fifa decidiu-se, enfim, pelo uso do VAR neste Mundial.

A primeira constatação a fazer é que o mecanismo vem se revelando útil para evitar falhas graves. De 11 pênaltis marcados na competição até esta quinta-feira (21), ao menos 5 se deveram à presença do árbitro de vídeo. Isso não quer dizer, claro, que se tenha encontrado o condão para pôr fim a polêmicas.

Sabe-se que no futebol infrações são admitidas como parte do jogo, nem sempre acarretando maiores problemas quando deixam de ser assinaladas. Aceita-se, por exemplo, que faltas menos graves sejam ignoradas pela arbitragem em favor da fluência das partidas. 

Mesmo em ocorrências consideradas mais importantes, há um entendimento no meio acerca da intervenção da subjetividade na decisão a ser tomada. Não é incomum que diante de imagens de vídeo observadores cheguem a conclusões distintas sobre o que se passou.

A principal função e a grande vantagem do VAR é evitar que o árbitro, por algum motivo, como um posicionamento desfavorável ou uma obstrução de seu campo de visão, equivoque-se em lance decisivo com pouca ou nenhuma margem para interpretações —um jogador em posição de impedimento, um pênalti indiscutível.

No caso do gol marcado pela Suíça no Brasil, em que as câmeras de TV registraram leve empurrão de um adversário no zagueiro Miranda, os responsáveis pela observação da jogada consideraram, ao que se informou, tratar-se de situação a ser avaliada pelo juiz. 

Não há dúvida de que o VAR ainda terá de ser aperfeiçoado. Além de mais clareza e transparência quanto aos critérios e decisões, uma possibilidade que se aventa é oferecer às equipes o direito de solicitar número limitado de consultas às imagens, como no vôlei.

O árbitro de vídeo, contudo, já demonstrou ser um avanço que deve ser mantido no futebol.

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