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Arnaldo Niskier: Coaching e profissão

Autoconhecimento é vital ao decidir área de atuação

O escritor Arnaldo Niskier recebe premiação no Rio, em foto de 2011
O escritor Arnaldo Niskier recebe premiação no Rio, em foto de 2011 - Paula Giolito - 26.abr.11/Folhapress

Há palavras que, em determinados períodos, ganham força extraordinária. Hoje em dia, coaching está na moda e se aplica aos movimentos de orientação profissional. Os coaches (treinadores/orientadores, em inglês) são responsáveis por atividades que apontam os melhores caminhos a seguir.

Muitas escolas superiores utilizam esse recurso, com trabalhos em grupo ou individuais. São conversas orientadas com perguntas específicas que auxiliam o processo, além da definição de metas que vão colaborar nas tarefas estudantis.

Segundo a pesquisadora Manoela Ferrari, formada pela PUC-RJ, não há dúvida de que a escolha da profissão deve ser feita a partir do fenômeno da autorreflexão. O primeiro passo é conhecer a si mesmo, saber quais são os seus pontos fortes e fracos, as habilidades, as pretensões e os desejos para o futuro.

Em seguida, prosseguir com esse exercício, com a descoberta das áreas que mais despertam a atenção ou aquelas que revelam as maiores facilidades.

Mesmo os estudantes que já definiram qual profissão pretendem seguir devem passar por um processo de triagem, pois não é incomum o abandono de determinado curso para trocar por outro, aparentemente em busca de facilidades na aprendizagem ou melhores oportunidades profissionais.

Vale dizer que é fundamental o conhecimento da realidade da profissão. Para isso recomendam-se conversações com profissionais da área, professores, visitas, etc. Nada disso configura uma perda de tempo, mas sim uma busca com espírito de determinação pela melhor solução para o jovem, muitas vezes indeciso com a sua escolha. É a todo esse processo que se dá o nome de coaching.

Nesse estudo, papel de relevo exerce o contato com as chamadas profissões do futuro ou da moda. Às vezes, o jovem se deixa levar pelas aparências de uma atividade atraente ou bem remunerada, mas a teoria é diferente na prática. Buscar status ou lucro fácil é arriscado, podendo levar os alunos a incríveis frustrações.

Sabe-se que, hoje em dia, o futuro financeiro é um dos pontos de maior preocupação dos jovens que escolhem uma profissão. Todos querem ter bons salários, para garantia de uma vida estável.

Mas, de acordo com os coaches, ao abraçar uma carreira, é preciso ter também, como pilar de apoio, algum tipo de envolvimento e afetividade. Será sempre extremamente difícil completar um curso sem esses elementos básicos, razão pela qual, quando se trata de orientação profissional, toda cautela é necessária. Está em jogo a sua vida —e nada é mais importante.

Arnaldo Niskier

Professor, jornalista, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e presidente do CIEE/RJ (Conselho de Integração Empresa-Escola)

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