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Além do dia seguinte

Pílula é uma opção oferecida pelo SUS que deveria ser mais difundida

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Caixas de pílulas do dia seguinte
Caixas de pílulas do dia seguinte - Gabo Morales - 9.mar.12/Folhapress

Pesquisa do Instituto de Saúde, órgão ligado ao governo paulista, em parceria com o Núcleo de Estudos em População da Unicamp mostra que mais da metade das mulheres em idade fértil da cidade de São Paulo já usou a chamada pílula do dia seguinte.

Daquelas que se encontram na faixa entre 15 e 44 anos e já iniciaram a vida sexual, 50,9% já usaram o método de contracepção. No grupo de 20 a 29 anos, a taxa ultrapassa 67%. O levantamento, que só agora foi divulgado, entrevistou 3.896 mulheres de abril a dezembro de 2015. 

Embora não exista uma série de pesquisas com a mesma metodologia que permita comparações mais precisas, Tania Lago, médica sanitarista do Instituto de Saúde, considera que houve aumento relevante do uso da pílula.

Ela cita, por exemplo, estudo baseado na última Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS), de 2006, que apontava o uso do contraceptivo por 23% das mulheres não unidas e 11% das unidas. 

A evolução registrada constitui sem dúvida um fato positivo. A pílula do dia seguinte —que na verdade produz efeitos em até três ou mesmo cinco dias após a relação sexual— é uma opção oferecida pelo Sistema Único de Saúde que deveria ser mais difundida.

Num país em que 1 a cada 5 bebês nascidos por ano é filho de uma adolescente, há que oferecer uma alternativa de contracepção de emergência capaz de evitar o recurso extremo ao aborto, que envolve traumas, riscos à saúde e constrangimentos legais.

Decerto que a pílula do dia seguinte não é a única medida disponível nem deve ser utilizada de forma rotineira. Existem, como se sabe, métodos mais eficientes, a exemplo do DIU e dos implantes. Falta, entretanto, mais informação a respeito de todos.

Campanhas de esclarecimento patrocinadas pelos governos são necessárias —e precisam também ser dirigidas aos homens, que não podem ser considerados incapazes de mudar seu comportamento.

Cabe às autoridades orientar os funcionários da saúde a eliminar exigências burocráticas e criar um ambiente que permita às mulheres, em especial as mais jovens, sentirem-se acolhidas para superar eventuais barreiras morais ou religiosas e enfrentar o problema.

editoriais@grupofolha.com.br

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