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Henrique Meirelles

Contra a guerra de torcidas

Eleitor não pode votar em um só para outro perder

Henrique Meirelles, candidato á Presidência pelo MDB, em debate promovido pela Folha, UOL e SBT - Eduardo Knapp - 26.set.18/Folhapress

O que vemos hoje no Brasil vai muito além de uma disputa entre Jair Bolsonaro, Fernando Haddad, Ciro Gomes e companhia.

O que vemos hoje no Brasil é o resultado de tudo aquilo que não deu certo no passado, do que é incerto no presente e, o pior, do que não queremos para o futuro.

Pelo descrédito da classe política, representada por muitos rostos já conhecidos de outras eleições, o eleitor brasileiro começou essa campanha na tentativa de escolher "o menos pior".

Agora, da forma como as coisas estão, o eleitor está tentando escolher um candidato somente para que o outro não ganhe.

Mas eleição não pode ser apenas uma guerra de torcidas.

Todo mundo sabe qual é o motivo de um candidato ser contra o outro. Mas todos deveriam ser a favor dos eleitores, da sua família, da recuperação econômica, do desenvolvimento, das melhorias na saúde, educação e segurança.

Esse é o momento de parar e pensar justamente nesse futuro: analisar quem pode, de fato, entregar aos brasileiros um Brasil melhor.

O nosso futuro não pode correr o risco de ficar em segundo plano.

Esses candidatos estão deixando de lado o debate das ideias para se apegarem insanamente ao debate ideológico, que interessa muito mais aos partidos e às suas torcidas do que ao povo trabalhador.

Sabemos que são as ideias que constroem as soluções para os problemas reais das pessoas.

Mas, se um desses candidatos fosse eleito, iria querer vingança e prejudicaria o Brasil. Se outro candidato fosse eleito, o outro lado é quem iria alimentar o ódio.

Só aos caudilhos e populistas interessa manter mais quatro anos de crise política, como temos vivido desde a reeleição de Dilma Rousseff.

No final das contas, o brasileiro comum, que não vive da política partidária e personalista, não merece sair desta eleição como o grande perdedor da história.

Não posso deixá-lo perder o seu emprego. Nem a chance de dar uma vida melhor para sua família.

Eu não sou o salvador da pátria, como Bolsonaro se vende. Nem a sombra de Lula, como Haddad quer ser visto.

Eu sou alguém que aprendeu muito com as oportunidades que a vida deu. E, de todos os candidatos que hoje estão aí, posso afirmar com segurança: tenho experiência para fazer o que precisa ser feito pelo Brasil.

Sabe por quê? Porque, de todos, sou o único que já fiz.

Eu sei realmente como criar dez milhões de empregos, porque criei as condições para isso no Banco Central no governo Lula. Conheço quais são os caminhos para chegar a esse resultado.

Eu sei como atrair mais investimentos para o país, porque de todos os candidatos que estão aí eu sou o único que já presidiu uma grande organização mundial com presença em 32 países. E o que isso quer dizer? Os investidores internacionais já me conhecem e confiam em mim quando eu digo que vale a pena acreditar de novo no Brasil.

Eles sabem que farei um governo para todos os brasileiros, e não apenas para quem votou em mim. Um governo de paz.

Eu sei como fortalecer ainda mais os programas sociais, como ProUni, Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida. Não falo isso da boca para fora. Falo com a experiência de quem, em 2003, controlou a inflação, estabilizou a economia e criou as condições para que esses programas passassem a existir na vida dos brasileiros.

Nesse momento em que todos nós queremos nos afastar de vez desta crise, eu sei que tenho muito a oferecer a você e ao Brasil.

Henrique Meirelles

Secretário da Fazenda e Planejamento do estado de São Paulo, candidato à Presidência pelo MDB, ex-ministro da Fazenda (2016-2018, governo Temer), ex-presidente do Banco Central (2003-2010, governo Lula) e ex-presidente mundial do BankBoston

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