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Funil eleitoral

Oficializado, Haddad sobe no Datafolha, enquanto Bolsonaro mostra força na liderança

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Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), candidatos à Presidência da República
Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), candidatos à Presidência da República - Rodolfo Buhrer/Reuters; Jair Bolsonaro/AFP

Realizada na quinta e nesta sexta-feira (13 e 14), a mais recente pesquisa Datafolha de intenções de voto para o Planalto captou os primeiros efeitos de um movimento decisivo para os rumos da disputa —a oficialização da candidatura de Fernando Haddad, em substituição ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Depois da passagem do bastão, ocorrida na terça (11), o ex-prefeito de São Paulo, que chegava a 9% no levantamento realizado e divulgado no dia anterior, aparece agora com 13% das intenções, mesmo percentual de Ciro Gomes (PDT).

A diferença é que Ciro se manteve onde estava, enquanto o petista mostra trajetória ascendente. Os dados sugerem uma competição acirrada nos campos da esquerda e da centro-esquerda.

Marina Silva (Rede), em tese uma potencial herdeira dos votos de Lula, surge, pela segunda vez consecutiva, em movimento de baixa, passando de 11% para 8%.

O Datafolha aponta novamente Jair Bolsonaro na liderança, desta vez com 26%, oscilação positiva de 2 pontos percentuais em relação à cifra do início da semana. Note-se que na segunda quinzena de agosto, antes do início oficial da campanha, o postulante do PSL contava com 22% das intenções.

Na semana, ele avançou principalmente na faixa etária de 35 a 44 anos (23% para 28%) e entre os com 60 anos ou mais (18% para 26%). Cresceu também nos estratos de maior renda e na região Centro-Oeste (de 30% para 36%).

Bolsonaro continua, porém, a ser o mais rejeitado —44% dizem que não votariam nele em nenhuma hipótese, o que o enfraquece nas simulações de segundo turno. 

Seu maior rival no terreno do antipetismo, o tucano Geraldo Alckmin segue estacionado, oscilando de 10% para 9% das intenções.

A três semanas do voto, há tempo de sobra para mudanças. No caso de Bolsonaro, a situação é particularmente sensível, já que seu estado de saúde, em razão do abominável atentado a faca sofrido no dia 6, tendem a impedi-lo de assumir compromissos de campanha. 

Haddad, por seu turno, teoricamente reúne chances de amealhar mais votos de simpatizantes de Lula, mas terá em Ciro, ao que tudo indica, forte adversário. 

Papel relevante nesse quadro parece estar reservado ao chamado voto útil. Não é improvável que se verifiquem movimentos de última hora, com eleitores optando por abandonar candidatos em situação desfavorável em nome de outro concorrente que se mostre capaz de chegar em melhores condições ao segundo turno. 

Tal possibilidade mantém competitivos os cinco mais bem colocados, embora Marina, a única em clara tendência de queda, apresente agora menos chances de sobreviver ao afunilamento da campanha.

editoriais@grupofolha.com.br

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