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Freixo na mira

Plano para assassinar deputado Marcelo Freixo traz preocupação sobre os destinos da segurança no Rio

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retrato de marcelo freixo
A polícia interceptou um plano de milicianos que pretendiam matar o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) - Ricardo Moraes/Reuters

Enquanto se arrastam as investigações para elucidar o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), ocorrido em 14 de março, um novo episódio do quadro de violência e desgoverno que se instaurou na área de segurança do Rio de Janeiro veio à tona.

Interceptou-se o que seria um plano para matar o deputado estadual Marcelo Freixo, do mesmo partido, que se elegeu este ano para a Câmara federal. A trama chegou à polícia por meio do serviço fluminense de denúncias anônimas.

Um relatório da Polícia Civil, ao qual o jornal O Globo teve acesso, aponta como suspeitos um policial militar e dois comerciantes, todos ligados a milicianos da zona oeste da cidade. O grupo seria o mesmo investigado por participação na morte de Marielle e de seu motorista, Anderson Gomes.

Os três homens já estariam no radar da polícia há pelo menos cinco anos, sob suspeita de relações com grupos paramilitares e operações do jogo do bicho e da máfia dos caça-níqueis.

O atentado a Freixo teria lugar no sábado (15), em Campo Grande, bairro onde o parlamentar se encontraria com professores da rede particular de ensino.

No mesmo dia em que a descoberta foi revelada, a Polícia Civil cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão em 15 endereços do Rio e na cidade mineira de Juiz de Fora. O comando declarou tratar-se de “ação estratégica” na tentativa de reunir “provas concretas para a condenação dos assassinos” de Marielle e Anderson.

No mês passado, o ministro da Segurança, Raul Jungmann, declarou que existia um “complô” para impedir a elucidação do crime, com participação de agentes públicos, milícias e políticos. Em atenção a um pedido da Procuradoria-Geral da República, Jungmann determinou que a Polícia Federal participasse das investigações.

O atual secretário da área, general Richard Nunes, já afirmou que a morte de Marielle e de seu motorista foi obra de milicianos, embora não se tenha ainda chegado a conclusões definitivas. Nunes, por outro lado, mostrou-se cético quanto à versão de que membros da cúpula da polícia participariam do acobertamento do crime.

Nesse ambiente nebuloso, as revelações sobre o alegado plano para assassinar Freixo —um antigo adversário das milícias— acrescentam uma dose de preocupação acerca dos destinos da segurança no Rio e da capacidade das forças legais de se imporem de maneira cabal sobre o crime organizado.

editoriais@grupofolha.com.br

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