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Viagens na metrópole

Uso de transporte sobre trilhos cresce, mas há muito a avançar na mobilidade urbana na Grande SP

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Passageiros na linha 3-vermelha, do metrô
Passageiros na linha 3-vermelha, do metrô - Eduardo Anizelli/Cotidiano

A principal mudança na utilização de transportes públicos na Grande São Paulo entre os anos de 2007 e 2017 foi o aumento da participação dos meios sobre trilhos. É o que mostra a pesquisa Origem Destino do Metrô, o mais expressivo retrato da mobilidade na região.

Realizado a cada dez anos, o levantamento serve como referência para a implementação de políticas públicas e reúne dados úteis para o investimento do setor privado, seja em transporte ou mesmo em projetos imobiliários. 

Juntas, as redes de trens da CPTM e do Metrô respondiam em 2007 por 7,9% das viagens. No ano passado, a fatia cresceu para 11,3%. No mesmo interregno, o ônibus perdeu espaço —sua participação caiu de 23,7% para 20,7%.

Esses veículos seguem como principal meio de transporte público, com 8,6 milhões de viagens por dia, ante 3,4 milhões por metrô. Os automóveis, por sua vez, permanecem com a maior parcela dos deslocamentos —os mesmos 27,3% do levantamento anterior.

Inexistentes em 2007, os aplicativos de transporte individual aparecem pela primeira vez na pesquisa e já representam o triplo das corridas de táxi —362 mil contra 113 mil. Somados, táxis e aplicativos fazem 1,2% das viagens diárias.

São informações relevantes num contexto em que empresas do setor não revelam a quantidade de deslocamentos e de motoristas cadastrados, e a própria prefeitura tem acesso limitado aos dados.

Note-se que o uso dos aplicativos é certamente mais difundido, uma vez que as viagens para acessar estações de metrô, trens e ônibus não foram computadas. Segundo as companhias, elas representam fatia majoritária do total, o que soa bastante plausível.

A expansão das linhas do metrô local, que passaram de 61 km para 90 km nos dez anos que separam as duas sondagens mais recentes, foi fator decisivo para o aumento da quantidade de viagens sobre trilhos, bem como as ligações que se estabeleceram com outros modais, como ônibus e trens. 

Lamentavelmente, os progressos nessa área ficaram aquém das promessas de sucessivos governos paulistas que projetavam para o ano passado 60 km a mais do que de fato se implantou.

Embora o sistema como um todo tenha se tornado mais amplo, racional e eficiente, ainda há muito a avançar na mobilidade urbana na Grande São Paulo. Estender a rede de metrô, progredir no planejamento de modernos corredores de ônibus e reforçar a integração entre os modais são objetivos que precisam ser perseguidos.

editoriais@grupofolha.com.br

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