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Ainda o Ceará

Reforço policial e da Força Nacional ainda estão longe de sufocar a onda de violência

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Bombeiros apagam veículos em chamas no bairro Conjunto Palmeiras, em Fortaleza (CE)
Bombeiros apagam veículos em chamas no bairro Conjunto Palmeiras, em Fortaleza (CE) - Alex Gomes - 10.jan.2019/AFP

Já dura mais de três semanas a onda de violência que assola o estado do Ceará. Até o momento, registraram-se quase 250 ações criminosas contra patrimônios públicos e privados em 50 cidades, a maior parte delas na região metropolitana de Fortaleza.

Na última semana, uma bomba implantada por criminosos explodiu uma subestação da companhia energética estadual. Escolas também foram transformadas em alvo, incluindo uma creche, que pegou fogo. Ainda houve investidas incendiárias contra postos de gasolina, carros, ônibus e vans.

Antes, a vaga de atentados destruíra uma torre de transmissão de energia e alvejara agências bancárias, delegacias e outros prédios públicos. Um cenário de guerra.

Os ataques, ao que tudo indica, representam a reação de facções criminosas à tentativa do governo cearense de enfrentar o descontrole vigente nas prisões.

O governador reeleito, Camilo Santana (PT), anunciou a criação da Secretaria de Administração Penitenciária, para a qual designou Luís Mauro Albuquerque, com carreira relevante no setor.

Em seu discurso de posse, Albuquerque declarou que encurralaria o crime organizado e deixaria de separar detentos de grupos rivais, pois não reconhecia a existência de facções. A série de atentados teve início no dia seguinte.

Em resposta, o estado tem buscado ampliar as forças de segurança. O governador convocou cerca de 1.200 policiais militares da reserva, dos quais 800 se apresentaram. Os primeiros 150 já começaram a patrulhar a capital cearense.

Antes, a pedido de Santana, o Ministério da Justiça enviara cerca de 400 agentes da Força Nacional.
Segundo a Secretaria de Segurança e Defesa Social do Ceará, mais de 400 pessoas foram detidas por suspeita de envolvimento nos ataques.

Tais esforços, no entanto, se conseguiram diminuir o ímpeto da onda de ataques, ainda estão longe de sufocá-la de todo.

Fruto de uma estratégia articulada e de cunho terrorista, a série de atentados têm o propósito claro de gerar pânico na população e intimidar o poder público.

Diante disso, urge que as autoridades estaduais e federais intensifiquem as ações de inteligência, buscando prioritariamente rastrear as cadeias de comando dentro e fora dos presídios e identificar os facínoras que lideram esses inaceitáveis atos criminosos. 

editoriais@grupofolha.com.br  

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